segunda-feira, 30 de junho de 2014

As Premissas do Islamismo

As Premissas do Islamismo - Parte 1:

Shahada - O Testemunho de Fé:

Os Pilares do Islamismo são um conjunto de cinco obrigações que constituem a base da religião, aqueles pontos que precisam ser observados por todos aqueles que se consideram muçulmanos. O primeiro de todos eles é a shahada, que pode ser traduzida como "juramento" ou ainda "testemunho". Trata-se de duas frases que resumem a prática do Islamismo e reitera, diariamente, a condição de Unicidade de Deus e da profecia de Mohammad (também conhecido em português). Estas frases, em árabe, são as seguintes:

Em árabe se lê: "Ashado an la illaha ila Allah, ua ashado ana Mohammadan raçulul Allah". A tradução para o português é: "Juro que não há deus a não ser Deus e juro que Mohammad é o mensageiro de Deus". A explicação deste juramento pode ser feita em duas partes. Vamos a elas:

1- "Juro que não há deus a não ser Deus":
Esta primeira frase testemunha o conceito do monoteísmo, ou seja, que os muçulmanos adoram única e exclusivamente Deus, sem aceitar a intercessão de ninguém junto a Deus. O monoteísmo islâmico também se coaduna, a princípio, com o monoteísmo judaico e cristão: Allah é o termo árabe para Deus e não um Deus em particular para os muçulmanos. Daí podemos observar que Deus é Único e é o mesmo Deus dos judeus e dos cristãos.
No entanto, o monoteísmo dos muçulmanos vai além: não admite que ninguém seja adorado ao lado de Deus e, também, não admite também que se coloque intercessores diante de Deus, tais como ocorre com os católicos que também têm santos aos quais fazem pedidos e oferendas; tal prática é inadmissível no Islamismo.
Portanto a Unicidade de Deus é absoluta no Islamismo e esta frase deixa isso bem claro: não há nenhum deus que não seja Allah. Em um dos capítulos do Alcorão, o 112º, está escrito: "Ele é Deus, o Único. Deus, o Absoluto. Jamais gerou ou foi gerado. E ninguém é comparável a Ele". Fica claro que não há nada que se compara a Deus e também ninguém que O tenha gerado ou que Ele tenha gerado. Deus é, portanto, Único e Incomparável.

2- "Juro que Mohammad é o Mensageiro de Deus":
Este juramento reconhece que Mohammad foi o último profeta a quem Deus transmitiu um livro sagrado, no caso o Alcorão. Isso não faz de Mohammad algo além de um ser humano, ou seja, não dá a Mohammad características divinas. Em suma, os muçulmanos não adoram Mohammad ou acreditam que ele seja um parceiro de Allah. Este juramento, por outro lado, garante que Mohammad é um ser humano especial, pois foi o escolhido por Deus para transmitir os ensinamentos do Islamismo a toda a humanidade.
Embora tenha sido a última das três religiões monoteístas a surgir no planeta (depois do Judaísmo e o Cristianismo), o Islamismo não é uma religião nova ou diferente das anteriores: traz a mesma mensagem de que Deus é Único e aceita os livros anteriores revelados, tais como a Torá dos judeus e o Evangelho dos cristãos. No entanto, o Alcorão, livro revelado por Deus a Mohammad, mais do que complementa estes livros: os aperfeiçoa, corrige os erros e os substitui, uma vez que tanto a Torá quanto o Evangelho já não existem em sua forma impoluta.
Sendo assim, Mohammad é uma espécie de sucessor de Jesus, Moisés, Jacó, Isaac, Abraão e todos os profetas anteriores. Ele não é melhor ou maior, apenas o último e, portanto, aquele no qual a mensagem de Deus se encerrou. Ao jurar que Mohammad é o Mensageiro de Deus os muçulmanos estão, automaticamente, jurando também que Jesus é o Mensageiro de Deus, que Moisés também o é, assim como todos os anteriores a eles, haja vista que Mohammad trouxe a mesma mensagem, purificada de todas as mudanças e interesses anteriores.

Este é o primeiro pilar do Islamismo, o primeiro passo que todos os muçulmanos fazem para testemunhar sua fé. Não é uma frase vã nem uma frase qualquer: ela é carregada de significados e resumem de forma prática o que o Islamismo pretende de seus fiéis: crença apenas em Deus e na missão que Mohammad foi chamado a exercer por Deus.


Explicação do significado da Shahada

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Chegada do Ramadã

O Mês Sagrado de Ramadã

Um período de reflexão e bênçãos sem fim


Está se aproximando o mês sagrado do Ramadã. Mas qual é a origem e o significado deste mês?

1- Origem do mês sagrado de Ramadã:
O calendário islâmico, diferentemente do cristão, é baseado na lua. Portanto tem 360 dias ao invés dos 365 dias do calendário usado no Brasil. Além disso, os meses têm nomes diferentes dos nossos. Um destes meses chama-se Ramadã (que também pode aparecer grafado como Ramadão ou ainda Ramadan). Este mês é considerado sagrado para os árabes por diversos motivos, mas o principal está relacionado à revelação do Alcorão. Foi justamente em uma das dez últimas noites do mês de Ramadã, no ano cristão de 610, que o arcanjo Gabriel apareceu para Mohammad (em português conhecido como Maomé) e deu início à revelação dos primeiros versículos do Alcorão. Este mês ficou, desde então, considerado como o mais abençoado dos meses. Por ser um calendário de 360 dias o mês de Ramadã nem sempre cai no mesmo período do ano cristão: a cada ano há uma variação de mais ou menos dez dias entre o Ramadã de um para outro ano.

Os meses no calendário islâmico


2- Significado do mês sagrado de Ramadã:
O mês de Ramadã é considerado o mais sagrado de todos os meses do ano. É um período muito importante na vida dos muçulmanos. Segundo o Alcorão neste mês as portas do Paraíso estão abertas e todos que pedirem sinceramente perdão de seus pecados recebem uma bênção dupla. Uma das noites do mês de Ramadã recebe o nome de "Noite do Decreto", pois crê-se que foi em uma das últimas dez noites deste mês que o Alcorão foi revelado a Mohammad. Segundo o Alcorão esta noite é "melhor do que mil meses". Segundo as regras do Alcorão neste mês todos os muçulmanos devem fazer o sujud, ou seja, o jejum: não podem comer ou beber nada, sequer água, do nascer ao pôr do sol. Além disso as relações sexuais também estão proibidas neste período. Muitos muçulmanos costumam acordar antes da alvorada, fazem uma refeição leve para suportar todo o dia de jejum. Depois que o sol se põe, que ocorre em horários diferentes de acordo com a localidade, a refeição, as bebidas e as relações sexuais (com a sua esposa ou esposo) estão liberadas. O principal objetivo do jejum de Ramadã não é passar fome ou sede, nem tampouco emagrecer. O real objetivo é sentir o valor do alimento e da companheira, ou companheiro, valorizar cada aspecto da vida e suprir as necessidades daqueles que nada têm. Além disso este jejum propicia um comportamento introspectivo, que facilita o pensamento e a avaliação de nossa vida. Enfim, deve-se ler e escutar muito o Alcorão e praticar boas obras. O jejum do mês sagrado de Ramadã é, portanto, uma forma de purificação da alma e do corpo e um momento de fazermos um balanço de nossas vidas.

Durante o Ramadã as refeições de quebra do jejum são muito importantes para as famílias