quarta-feira, 31 de julho de 2013

Al 'Adiát - Os Corcéis

Capítulos curtos do Alcorão - 100º Capítulo - Al 'Adiát

Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:

Mais uma vez o Alcorão, em seu 100º capítulo, chama atenção para a ingratidão dos seres humanos para com Deus. Além disso, Al 'Adiát (Os Corcéis) nos lembra que uma hora serão cobradas nossas ações neste mundo e, neste momento, tudo o que nossos corações tiverem será mostrado. A Deus nada escapa com relação aos atos dos homens, tudo será revelado na hora propícia. Desta forma, temos que praticar boas ações enquanto ainda podemos.
1- Pelos corcéis resfolegantes,
2- Que lançam chispas de fogo.
3- Que atacam ao amanhecer,
4- E que levantam nuvens de poeira,
5- E que irrompem, nas colunas adversárias,
6- Que o homem é ingrato para com o seu Senhor.
7- Ele mesmo é testemunha disso!
8- E que é vigoroso quanto ao amor aos bens terrenos.
9- Não sabe ele, acaso, que quando os que estão nos sepulcros forem ressuscitados,
10- E for revelado tudo quanto encerram os corações humanos,
11- Nesse dia o seu Senhor estará bem inteirado quanto a eles?

Explicações do Prof. Samir El Hayek:
As cláusulas substantivas encontram-se nos versículos6, 7 e 8 deste capítulo, sendo que as metáforas e os símbolos que reforçam a lição se encontram aqui, nos versículos de 1 a 5. Estes símbolos contêm, pelo menos, três espécies de significados místicos:
1- Olhai os corcéis (éguas ou camelos rápidos) resfolegantes, indo para a guerra, para o benefício dos seus donos. Vão arrancando chispas de fogo, com os seus cascos, à noite, comandados pelos seus cavaleiros; pela manhã, estes dirigem os seus corcéis para casa, propiciando cavalheirescamente ao inimigo os benefícios da luz do dia. E a despeito do cintilar do aço das armas dos seus inimigos, eles intrepidamente penetram no meio dos adversários, arriscando as suas vidas pela causa. Demonstra, acaso, o irregenerado, fidelidade ao seu Senhor, Deus? Pelo contrário, é mal agradecido. Demonstra-o por suas ações: seu intenso amor pelo ganho, pela riqueza e pelas coisas perecíveis;
2- Por meio de metonímia, a brava fidelidade do cavalo de guerra talvez signifique os homens bravos e verdadeiros, que se agrupam sob o estandarte de Deus e o levam à vitória, em contraste com a poltronaria e inoperância dos irregenerados;
3- Todo o conflito, toda a luta e toda a vitória talvez possam ser aplicadas à batalha espiritual contra aqueles que são apanhados e esmagados, no campo do Mal;

As nuvens de poeira caracterizam a ignorância e a confusão, nas mentes daqueles que se opõem à Verdade. O próprio homem, por sua conduta, é vítima do ônus da traição, que enceta contra si mesmo. Que má escolha ele faz ao cometer traição contra o seu Benfeitor e ao ir em busca das insignificantes bagatelas das riquezas deste mundo ou dos seus ganhos fugidios!

Os corpos dos mortos, as tramas secretas, os maus pensamentos e as imaginações, todos desde há muito sepultados, apresentar-se-ão perante o Trono do Julgamento de Allah. Ao invés de estarem intimamente escondidos ou esquecidos, como deverão estar na consciência da humanidade, estarão presentes na conscientização de Deus, que tudo abrange, e que jamais sofre de sono ou fadiga.

O conhecimento que Deus tem é pleno e vigilante o tempo todo. E nesse dia, tal conhecimento haverá de revelar aos homens segredos de que eles se tinham, havia muito, esquecido; porque o Livro dos seus Feitos será tornado manifesto, no Julgamento.

terça-feira, 30 de julho de 2013

As Dez Últimas Noites de Ramadã - Bênçãos Especiais

A Importância das Dez Últimas Noites do mês de Ramadã

Em uma destas noites, chamada Lailat Al Qadr (Noite do Decreto), o Alcorão começou a ser revelado ao profeta Mohammad. Ela é tão especial que é considerado como sendo melhor do que mil meses:

As últimas dez noites do Ramadã são muito especiais. A primeira dessas noites ocorre na véspera do dia 21 do Ramadã. Em outras palavras, é a noite que começa após a conclusão do 20º dia de jejum. Às vezes, há apenas nove noites, sempre quando o mês do Ramadã dura apenas 29 dias. No entanto, ainda são tradicionalmente referidas como “as últimas dez noites”.
As últimas dez noites do Ramadã são muito especiais. Estas são as noites em que o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) passava em adoração constante. Entre estas noites Lailat Al Qadr, uma noite mais abençoado do que mil meses (nela o Alcorão começou a ser revelado ao profeta Mohammad.
O Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) costumava unicamente nestas noites fazer adoração e a realização de boas ações. Ele praticava adoração durante estas dez noites mais do que quaisquer outras noites do ano.
‘Aisha (esposa do profeta Mohammad) nos diz: “Durante as últimas dez noites do Ramadã, o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) apertava o cinto e passava a noite em adoração. Também acordava sua família”. (Sahih Al Bukhari 1920).
‘Aisha também diz: “Eu nunca havia conhecido do Mensageiro de Allah (que a paz de Allah esteja com ele) ler o Alcorão inteiro em uma única noite, ou passar a noite inteira em oração até chegar a manhã, ou passar um todo mês de jejum – exceto no Ramadã”. (Sunan An Nasa’i 1641 e Sunnna Ibn Majah 1348).
Quando dizemos que o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) passou a noite inteira em adoração, devemos qualificar. Isso porque ele passava um tempo comendo o jantar, participando de sua refeição antes do amanhecer, e outras atividades similares. No entanto, ele passava a maior parte da noite em adoração.
Acordando a Família
Aisha nos informa que o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) costumava acordar sua família durante as noites dos últimos dez dias Ramadã. De fato, ele costumava acordar suas esposas para a oração durante todo o ano, mas isso foi para que pudessem orar por uma pequena fração da noite.
Sabemos isso, porque Umm Salamah relata que o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) a despertou em uma noite e disse: “Glorificado seja Allah. O que foi enviado de testes durante esta noite? Que fez descer os tesouros, de modo que os habitantes das camas despertassem? Oh Senhor! Vista-nos neste mundo e deixe-nos despido no outro”. (Sahih Al Bukhari 1074).
Durante as últimas dez noites do Ramadã, o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) acordava suas esposas para orar uma parcela muito maior da noite do que durante o resto do ano.
Esforçando-se nos atos de adoração
‘Aisha nos diz: “O Profeta esforçava-se na adoração durante as dez noites mais do que em qualquer outra época do ano”. (Sahih Muslim 1175).
O grande jurista, Ash Shafi’i declara: “É Sunnat praticar com maior esforço a adoração durante as dez ultimas do Ramadã”. (Al Majm’u 6 /397).
Quando o ‘A’isha nos diz que o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) que “apertava o cinto”, ela está falando no sentido figurado. A frase significa que se dedicava totalmente e sinceramente com a tarefa em mãos.
A leitura do Alcorão durante as dez últimas noites de Ramadã é um ato de adoração muito praticado
Buscando a Lailat Al Qadr
Uma das maiores distinções destas dez noites especiais é que uma delas é a Lailat Al Qadr – Noite do Decreto. Esta é a melhor noite do ano – melhor do que mil meses. Isto significa que um muçulmano pode ganhar mais recompensas no Lailat Al Qadr que ele faria se – excluindo esta noite especial – adorasse ao seu Senhor durante oitenta e quatro anos consecutivos. Este é um dos favores imensos que Allah concedeu à comunidade muçulmana.
Ibrahim An Nakha’i disse: “As boas ações realizadas nesta noite são melhores do que aquelas realizadas de forma consistente durante mil meses”.
Abu Hurairah relata que o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) disse:“Quem pass Lailat Al Qadr em oração, acreditando em Allah e buscando Sua recompensa será perdoado de todos os seus pecados passados”. (Sahih Al Bukhari 1802 e Sahih Muslim 760).
A crença em Allah neste hadith, significa não apenas crer em Allah, mas acreditar na recompensa que nos é prometida em fazer a oração nesta noite.
Lailah Al Qadr está em uma das noites ímpares. ‘Aisha diz que o Mensageiro de Allah (que a paz de Allah esteja com ele) disse: “Buscai Lailah Al Qadr nas noites impares durante as dez últimas noites do Ramadã”. (Sahih Al Bukhari 1913 e Sahih Muslim 1169).
É mais provável que uma das últimas sete noites ímpares. Ibn ‘Umar diz que o Mensageiro de Allah (que a paz de Allah esteja com ele) disse: “Busque nas últimas dez noites. Se alguém de vocês ficar fraco ou incapaz de fazê-lo, então deve pelo menos tentar nas sete noites restantes”. (Sahih Muslim 1165).
O provável candidato para a maioria do Laylah al-Qadr é à noite de 27 do Ramadã. Isto é indicado pela declaração de ‘Ubaii ibn K’ab: “Juro por Deus que eu sei qual é a noite. É à noite em que o Mensageiro de Allah (que a paz de Allah esteja com ele), nos ordenou a fazer a oração. É a noite na véspera do 27 de Ramadã. Seu sinal é que o Sol nascerá branco na manhã desse dia, sem emanar qualquer raio”. (Sahih Muslim 762).
Um muçulmano deve procurar esta noite especial, gastando as noites dos últimos dez dias do Ramadã envolvido em vários atos de adoração. Estes incluem a recitar as recordações de Allah (dhikr), leitura do Alcorão e  suplicar o perdão de Allah.
É melhor para nos esforcemos muito em todas estas dez noites, porque o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) disse: A forma de como “buscar”Lailat Al Qadr é mediante as adorações extras.
Quando o Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) disse: “Busque entre as dez últimas noites”, ele não quis dizer que devemos literalmente “procurar” sinais e indicações que distinguem Lailat Al Qadr de outras noites. As coisas que distinguem Lailat Al Qadr de outras noites fazem parte do oculto.
Allah diz: “Certamente nós revelamos em uma noite abençoada, pois certamente somos Admoestadores (Contra o mal). Nesta noite decide-se toda sabia ordem”. (Surat Al Dukhan 44: 3-4).
Allah diz: “Lailat Al Qadr é melhor do que mil meses. Nela descem os anjos e o Espírito (anjo Gabriel), com a anuência do seu Senhor, com todo o decreto. (Esta noite) A paz, até o romper da aurora”. (Surat Al Qadr 97: 3-5).
Estas são as maneiras pelas quais Lailat Al Qadr é especial. Não são coisas que podemos ver com nossos olhos. Ninguém depois do Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) pode ver os anjos.
Peregrinos sobem o Monte Hira, onde Mohammad recebeu a primeira revelação do Alcorão através do anjo Gabriel. Isto ocorreu em uma das dez últimas noites do mês de Ramadã

Fazendo o retiro na Mesquita (‘Itikaf)
Fazer um retiro na mesquita é uma das melhores coisas que podemos executar durante as dez últimas noites do Ramadã. ‘Aisha nos diz: “O Profeta (que a paz de Allah esteja com ele) costumava fazer um retiro na mesquita durante as dez ultimas noites do Ramadã, até sua morte. Sua esposa continuou a observar esta prática depois de sua morte”. (Sahih Al Bukhari 1922 e Sahih Muslim 1172).
A prática de ‘itikaf é um ato altamente recomendado. É definido como permanecer em retiro na mesquita com a finalidade expressa de adoração. O objetivo de fazer isso é dedicar o coração exclusivamente a Allah. A pessoa que participa do ‘itikaf mantém junto essa intenção em mente buscando as bênçãos de Allah. Não deve esquecer o motivo pelo qual ele está fazendo este retiro.
Uma pessoa que faz ‘itikaf não sai da mesquita, exceto para aquilo que é absolutamente necessário (como ir ao banheiro). Quando dentro da mesquita, deve ocupar-se com a recordação de Allah. Deve assegurar em fazer as recordações e certificar-se de oferecer as lembranças da manhã e da noite, e as recordações prescritas para as cinco orações diárias. Deve realizar todas as orações Sunnat recomendadas e todas outras orações recomendadas, como a oração Duha (oração voluntária). Deve ler o tanto quando puder do Alcorão.
Deve gastar o menos tempo possível no comer e dormir. Deve evitar as conversas desnecessárias. No entanto, deve participar no aconselhamento de seus companheiros muçulmanos e ordená-los à verdade e à paciência.
Generosidade
É aconselhado sermos generosos ainda mais durante as noites dos dez últimos dias do Ramadã, sem ser extravagante ou ostentoso em nossa doação. Ibn ‘Abbas diz que: “O Mensageiro de Allah (que a paz de Allah esteja com ele) foi o mais generoso de todas as pessoas em fazer o bem, e mais generoso ainda durante o mês de Ramadã. Gabriel se encontrava com ele a cada ano durante todo o mês do Ramadã, dessa forma o Profeta poderia recitar o Alcorão com ele. Sempre que Gabriel encontrava-se com ele, tornava-se mais generoso do que uma brisa benéfica”. (Sahih Al Bukhari 1902 e Sahih Muslim2308).
O imam An Nauaui comenta (Al Majm’u 6/398):
“A generosidade e a imparcialidade são fortemente encorajadas no Ramadã, especialmente durante as dez últimas noites. Ao fazer isso, estimulamos o exemplo do Mensageiro de Allah (que a paz de Allah esteja com ele), bem como dos nossos predecessores piedosos (Salaf). Além disso, este mês é nobre, e as boas ações realizadas nele são ainda mais abençoadas do que em qualquer outro momento. Além disso, durante este mês, as pessoas estão preocupadas com o jejum e adoração, e isso os distrai de seus meios de subsistência, podendo precisar de algum auxílio durante esse tempo”.

Fonte: http://unicidadeeluz1.wordpress.com/

Al Cári'a - A Calamidade

Capítulos curtos do Alcorão - 101º Capítulo - Al Cári'a

Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:

Este capítulo, com onze versículos, é o maior até aqui apresentado. Fala sobre a calamidade que se abaterá sobre todos aqueles que não tiverem realizado boas ações em suas vidas. Por outro lado, destaque que as boas ações garantirão um lugar aprazível, em companhia de Deus. Trata-se de mais uma advertência para que sigamos o caminho do bem e nos lembremos que a outra vida está tão próxima de nós quanto esta.

1- A Calamidade!
2- Que é a Calamidade?
3- E o que te fará entender o que é a Calamidade?
4- Acontecerá no dia em que os homens estiverem como mariposas dispersas,
5- E as montanhas como lã cardada!
6- Porém, quanto àquele cujas ações pesarem na balança,
7- Desfrutará de uma vida prazenteira.
8- Em troca, aquele cujas ações forem leves na balança,
9- Terá como lar um profundo precipício.
10- E o que é que te fará entender o que é isso?
11- É o Fogo ardente!

Explicações do Prof. Samir El Hayek:
O Dia da Calamidade e do clamor será o Dia do Julgamento, quando toda a presente ordem de coisas ruirá, com uma convulsão colossal. Todos os nossos marcos presentes estarão perdidos. Constituirá uma experiência atordoante, para começar, mas isso inaugurará um novo mundo de valores verdadeiros e permanentes, no qual todas as ações humanas terão as suas verdadeiras e justas consequências, como se fossem pesadas na balança.

As mariposas são criaturas frágeis e leves. A visão de tais insetos, dispersos num violento torvelinho, dá algo da ideia de confusão, de desgraça e de desamparo, ante a qual o homem se acabrunhará no Dia do Acerto de Contas. Velhas memórias aparecerão como um livro quase esquecido. Novas esperanças serão coisas vagas no novo mundo, que acaba de surgir no horizonte.

As montanhas são estruturas sólidas, o que dá a ideia de que nada poderia movê-las. No entanto, naquele tremendo cataclisma, elas estarão dispersas, parecendo flocos de lã eriçada ou cardada. Isto constitui uma metáfora para mostrar que aquilo que consideramos muito substancial nesta vida, será um eterno nada no mundo espiritual.

As boas ações serão aquilatadas e avaliadas. Esta avaliação haverá de ser da mais concordante e justa espécie; porque não levará em conta os motivos, as tentações, as provocações, as condições ambientais, os antecedentes, as emendas subsequentes e todas as possíveis circunstâncias correlacionadas. Em contraste, presumivelmente, haverá ações da espécie oposta, avaliadas da mesma maneira. Caso as boas ações prevaleçam, o julgamento estará a favor do homem, sendo que ele será levado a uma vida de bom aprazimento e de satisfação. Isto, de certo, acontecerá num outro plano.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

At Tacáçur - O Acúmulo

Capítulos curtos do Alcorão - 102º Capítulo - At Tacáçur

Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:

Este capítulo do Alcorão, com oito versículos, aborda o fato dos homens acharem-se inatingíveis e darem muita importância para os bens materiais e aos prazeres mundanos, achando que estes bastarão para fazê-lo viver eternamento ou só ter alegrias em suas vidas. Não que a busca de bens materiais e tranquilidade em nossas vidas seja algo ruim; o problema está nas pessoas que acham que apenas isso é importante em nossas vidas. Daí, esquecem-se de procurarem ajudar umas às outras, esquecem-se de Deus e também das boas ações. Estas serão surpreendidas, nesta vida ou na outra.
1- O acúmulo vos entreterá,
2- Até visitardes os sepulcros.
3- Logo o sabereis!
4- Novamente, logo o sabereis!
5- Em verdade, se soubésseis da certeza da mente!
6- Verdadeiramente, então, havíeis de ver a Fogueira do Inferno!
7- Logo a vereis claramente.
8- Então, sereis interrogados, nesse dia, a respeito dos prazeres mundanos.

Explicações do Prof. Samir El Hayek:
O acúmulo, ou seja, a paixão de o indivíduo procurar um aumento de riqueza, de posição, do número de adeptos ou seguidores ou sustentadores, de produção e organização em massa, poderá afetar a ele, apenas, ou ainda uma sociedade ou não inteira. O exemplo ou a rivalidade com outras pessoas, em tais expedientes, poderá agravar a situação. Até certo ponto, isso talvez seja bom e necessário. Porém, quando se torna desordenado e chega a monopolizar a atenção, não deixa tempo para que sigamos as coisas elevadas da vida; uma clara admoestação é aqui apresentada, do ponto de vista espiritual. O homem poderá estar imbuído destas coisas, até que a morte se aproxime, sendo que, então, ele olhará para trás, para uma vida desperdiçada, no que diz respeito às coisas elevadas.

Há três espécies de yaquin (certeza da mente, conscientização). A primeira é a certeza da mente. Nós ouvimos, pela boca de alguém, ou deduzimos, de algo que conhecemos; isto se refere ao nosso próprio estado mental. Se instruíssemos as nossas mentes desta maneira, saberíamos valorizar melhor as coisas profundas da vida, e não desperdiçaríamos todo o nosso tempo em coisas efêmeras. Mas se não usarmos as nossas faculdades de raciocínio agora, veremos, com os nossos próprios olhos, o Castigo pelos nossos pecados. Estará certamente à vista.

Seremos interrogados, isto é, seremos responsabilizados por todo tipo de prazer que desfrutamos, quer seja um falso orgulho ou em deleite por coisas sem valor, ou coisas maléficas, para provarmos se somos capazes de nos conservar dentro dos limites razoáveis.

Jihad - Uma coisa muito diferente de Terrorismo

Você sabe o que significa "Jihad"?

Jihad não é sinônimo de terrorismo ou martírio. Saiba o real significado:

O Que é Jihad?





Muitas pessoas quando ouvem a palavra Jihad logo a associam aos terroristas, aos homens-bomba, a Osama Bin Laden e tudo mais que lembre violência. Esta visão contribui para se formar a ideia de que muçulmanos e terroristas são sinônimos, o que não é verdade. Não se pode achar que o comportamento de uma minoria seja o mesmo de uma imensa maioria: a exceção não pode virar regra. Jihad não é sinônimo de luta, de morte, de suicídio ou de ódio a todos que não são muçulmanos: a origem da palavra e o seu conceito são bem diferentes. Observe o significado:

O sentido literal de Jihad é exercer nosso melhor e o maior esforço para conseguir algo. Esta palavra não é o equivalente da palavra guerra, para a qual se usa vital em árabe.
Jihad tem uma conotação muito mais ampla e abrange toda classe de esforços para a causa de Deus. Um Mujahid é o que está sinceramente dedicado a causa de Deus; o que usa todos os recursos físicos, intelectuais e espirituais para servir a esta causa; o que enfrenta a qualquer poder que está no seu caminho; e é o que morre por dita causa quando for necessário. A Jihad no caminho de Deus é nossa luta para ganhar a complacência de Deus, estabelecer a supremacia de Sua religião e fazer prevalecer Sua Palavra.
Um princípio relacionado, que insiste no bom e proíbe o mal —Amr Bi Al-Maruf Wa Nahy An Al-Munkar– procura transmitir a mensagem do Islam e estabelecer uma comunidade islâmica modelo. O Alcorão apresenta a comunidade islâmica como uma comunidade modelo requerida para informar a humanidade sobre o Islam e de como o profeta viveu;
«Temos feito assim de vós uma comunidade moderada, para que sejais testemunhas dos homens e para que o Enviado seja testemunha de vós». (2:143)
A Jihad maior e a Jihad menor. Há dois aspectos de Jihad. Um é lutar para vencer os desejos carnais e as inclinações malignas –a Jihad maior. O outro é alentar aos demais para que consigam o mesmo objetivo –a Jihad menor.
O exército muçulmano regressava a Medina depois de haver derrotado ao inimigo, quando o Mensageiro de Deus lhes disse:
«Voltaremos do Jihad menor ao maior». Quando os Companheiros perguntaram o que era jihad maior, ele disse que era lutar contra o ego carnal.[1]
O objetivo da Jihad é que o crente se purifique dos pecados e por tanto, alcance a verdadeira humanidade. Os profetas foram enviados por este motivo. Deus disse no Alcorão:
“Igualmente vos tenho mandado um Enviado de entre vós para que os recite Nossos versículos, para que os purifique, para que os ensine a Escritura e a Sabedoria, para que vos ensine o que não saiba”. (2:151)
Os seres humanos em algum sentido são como os minerais em bruto com os quais os Profetas trabalham e os purificam e refinam tirando o ciúme de seus corações e ouvidos, tirando as vedas de seus olhos. Iluminada pela mensagem dos Profetas, as pessoas podem entender o sentido das leis da natureza, que são os sinais da Existência a Unidade de Deus e podem penetrar na sutil realidade que se oculta detrás das coisas e os acontecimentos. Só através da orientação dos Profetas podemos conseguir a elevada posição que Deus espera de nós. Além do ensinamento dos sinais, os Profetas também ensinaram a seu povo o Livro e a Sabedoria. Como o Alcorão era a última Revelação ao Último Profeta, Deus se refere ao Alcorão quando diz o Livro e a Sunna quando fala da Sabedoria. Por isso, devemos seguir o Alcorão e a Sunna do Profeta se desejamos sermos dirigidos corretamente.
Muitas pessoas ainda acham que os terroristas representam a maioria dos muçulmanos, quando na verdade isso é uma falácia

O Profeta também nos ensina o que não sabemos de modo que a humanidade siga aprendendo do Profeta até o Dia de Juízo. D'Ele aprendemos como purificarmo-nos dos pecados. Seguindo seu caminho, muitos santos conseguiram sua distinção como tais. Entre eles, Ali diz que sua crença nos pilares do Islam é tão firme que ainda se o véu do desconhecido fosse levantado, sua certeza não aumentaria.[2] Dizem que Abd al-Qadir al-Yilani chegou a compreender os mistérios do sétimo céu. Estes e muitos outros, como Fudayl bin Iyaz, Ibrahim bin Azam e Bishr Al-Jafi bem poderiam haver sido dotados com o dom da Profecia, se Deus não tivesse posto já um selo sobre esta.
As escuras nuvens da ignorância têm sido retiradas de nosso horizonte intelectual mediante a orientação do Profeta Mohamed. A conseqüência da luz que ele trouxe de Deus haverá muitos avances na ciência e na tecnologia.
Jihad é o legado dos Profetas e a Profecia é a missão de elevar aos homens ao favor de Deus purificando-os. Jihad é o nome dado a esta missão profética, que tem o mesmo sentido que testemunhar a verdade. Da mesma maneira que os juizes escutam as testemunhas para dar veredicto em um caso, assim, aqueles que tem realizado a Jihad têm dado testemunho da Existência e a Unidade de Deus enquanto lutavam em Seu caminho.
O Alcorão diz:
“Deus testemunha que não há mais deus que Ele e junto a Ele, também o fazem os anjos e os homens dotados de conhecimento, regendo -Sua criação- com equidade. Não há mais Deus que Ele, o Todo-Poderoso, o Sábio”. (3:18)
. Aqueles que tem realizado a Jihad testemunham também a mesma verdade na corte celestial onde os juízos dos incrédulos terão seu veredicto.
Aqueles que testemunham a Existência e a Unidade de Deus predicam esta verdade nos mais remotos lugares do mundo. Este foi o dever dos Profetas marcados no Alcorão e que de maneira igual deveria ser nossa obrigação:
“Mensageiros portadores de boas noticias e de advertências, para que assim os homens, depois de sua vinda, não tivessem nenhum argumento diante de Deus. Deus é Poderoso e Sábio. Sem duvida, Deus testemunha que o te foi revelado, e tem sido revelado com Seu conhecimento e os anjos dão testemunho disso. E não há uma testemunha melhor que Deus”. (4:165-66).
Deus tem enviado um Profeta a cada pessoa, de modo que cada um possa ter uma idéia da Profecia. Como o término costumava descrever a atividade da Profecia, a jihad está profundamente gravada no coração de cada crente de modo que ele ou ela sinta uma responsabilidade profunda de praticar a verdade a fim de guiar a outros ao Caminho Verdadeiro.
A Jihad menor, normalmente entendida como luta pela causa de Deus, não se refere só a luta militar. O término é amplo, já que inclui cada ação realizada para ganhar o consentimento de Deus. Falar ou permanecer calado, sorrir ou mostrar enfado, se unir a uma reunião ou deixá-la, cada ação realizada para melhorar a humanidade, já seja pelos indivíduos ou as comunidades, está incluída neste sentido.
Enquanto a Jihad menor depende da mobilização de todos os meios materiais e está realizada no mundo externo, a Jihad maior encarna a luta de uma pessoa diante a sua alma carnal. Estas duas formas de Jihad não podem separar-se uma da outra.
O Mensageiro de Deus nos ensinou como realizar ambas formas de Jihad. Estabeleceu os princípios para praticar a verdade que terá aplicação até O Dia do Juízo Final. Quando examinamos o modo em que ele atuou, vemos que ele foi muito sistemático. E isto é realmente outra prova de sua Profecia e um exemplo maravilhoso para seguir o caminho de Deus a través do comportamento.
Os crentes guardarão sua crença vigorosa e ativa por meio da Jihad. Tal como uma árvore mantém suas folhas enquanto amadurecem seus frutos, assim os crentes podem conservar seu vigor quando realizam a Jihad. Sempre se encontrar com um pessimista desesperado, logo te dará conta de que ele ou ela é um daqueles que abandonou a Jihad. Essas pessoas têm sido privadas do espírito, e estão fundidas no pessimismo porque deixaram de predicar a verdade. Qualquer que realize a Jihad incessantemente não perde seu entusiasmo e sempre trata de ampliar seus horizontes. Cada boa ação resulta numa nova, de modo que os crentes nunca fiquem pobres de bondade:
“Aos que lutam por Nós lhes guiaremos ao Nosso caminho, é certo que Deus está com os que fazem o bem” (29:69).
Há tantos caminhos que conduzem ao Caminho Reto como o número de alentos respirados na criação. Qualquer que lute por Sua causa é guiado por Deus a um destes caminhos e está a salvo da perdição. O que é dirigido a Seu Caminho Reto por Deus vive uma vida equilibrada. Eles no sobre-passam os limites em suas necessidades humanas e atividades, como tampouco em sua adoração e outras observâncias religiosas. Tal equilíbrio é o sinal da orientação verdadeira.
Todos os sacrifícios feitos nos enfrentamentos contra os incrédulos opressivos, sem importar quão grande sejam estes sacrifícios, só constituem a Jihad menor dos esforços para cumprir as obrigações religiosas tão perfeitamente como nos seja possível. A Jihad maior é muito mais difícil de levar a cabo, já que requer que lutemos contra nossos próprios instintos destrutivos e impulsos, como a arrogância, o caráter vingativo, a inveja, o egoísmo, a vaidade e os desejos carnais.
Jihad é um esforço pessoal, quando com a ajuda da fé superamos vícios e atos ilícitos. Todos nós temos uma Jihad a travar
Ainda que a pessoa que abandona o Jihad menor é propensa a um pior comportamento espiritual, ainda assim pode recuperar. Tudo no universo elogia e glorifica a Deus com cada alento, um sinal da Existência e a Unidade de Deus. Uma pessoa pode ser orientada ao Caminho Reto por um destes sinais. Por esta razão, dizem que há tantos caminhos que conduzem ao Caminho Reto de Deus como os alentos de todas Suas criaturas. Uma pessoa que se distancia da Jihad menor é vulnerável as debilidades mundanas. O orgulho, o amor pela comodidade e as facilidades podem atrapalhar aquela pessoa. Assim o Profeta, regressando a Medina depois de uma vitória, nos advertiu através de seus Companheiros dizendo: “Voltemos da Jihad menor para a maior”. Os Companheiros foram muito valentes nos campos de batalha e tão sinceros e humildes como os daroeses que rezam ante Deus. Aqueles guerreiros vitoriosos costumavam passar a maior parte de suas noites orando a Deus. Uma vez, quando a noite caía durante a batalha, dois deles tornava-se a guardas. Um deles descansava enquanto o outro rezava. Sendo conscientes da situação, os inimigos lhes lançaram flechas e o que rezava foi alcançado e sangrou profundamente, mas não abandonou a Salat (reza). Quando terminou sua oração, despertou a seu amigo e este lhe perguntou com assombro por que não o havia despertado antes. Então ele respondeu: “Recitava a Surata al-Kahf, e não desejei interromper o estado de prazer profundo no que me encontrava”.
Os Companheiros entravam em transe –como um estado de êxtase – quando rezavam e podiam recitar o Alcorão como se estivesse sendo revelando diretamente a eles. Por isso, não sentiam a dor das flechas que penetravam seus corpos. A Jihad, em todos seus aspectos encontra uma expressão completa neles.
O Profeta combinou estes dois aspectos de Jihad –a menor e a maior -do modo mais perfeito em sua própria pessoa. Ele mostrou uma enorme coragem nos campos de batalha. Ali, uma das figuras mais valentes do Islam, confessa que os Companheiros se refugiaram detrás do Profeta nos momentos mais críticos dos enfrentamentos. Para dar um exemplo, quando o exército Muçulmano sofreu um ataque e começou a dispersar-se na primeira fase da Batalha de Hunayn, o Profeta impôs a seu cavalo até as linhas inimigas e gritou a seus soldados que se retiravam: “Sou um Profeta e não minto! ;Sou o neto de Abd al-Muttalib, e não falto à verdade!”

domingo, 28 de julho de 2013

Quem é Jesus para os muçulmanos?

Como os muçulmanos veem Jesus Cristo?

Ao contrário do que muitos pensam, os muçulmanos consideram muito Jesus:

Jesus Cristo foi um homem qualquer ou foi um profeta para os muçulmanos? Ele nasceu da virgem Maria? Realizou milagres e foi um enviado de Deus para a humanidade? Vejamos o que o Islamismo fala a respeito de Jesus Cristo. Descobriremos que o Islamismo e o Cristianismo têm muito mais coisas em comum do que imaginávamos:
A visão islâmica de Jesus reside entre dois extremos.  Os judeus, que rejeitaram Jesus como um profeta, o chamaram de impostor, enquanto os cristãos, por outro lado, o consideraram o filho de Deus e o adoram como tal.  O Islã considera Jesus um dos maiores e mais pacientes e tolerantes dos profetas, em adição a Noé, Abraão, Moisés e Mohammad, que Deus os exalte. Jesus também é considerado o Messias.  Isso está em conformidade com a visão islâmica da Unicidade de Deus, a Unicidade da orientação Divina, e o papel complementar da missão subseqüente dos mensageiros de Deus.
A mensagem de Deus para a humanidade, que é adorar a Deus e a Deus somente e viver de acordo com Sua instrução, foi revelada a Adão (que a paz esteja sobre ele), que a passou adiante para seus filhos.  Todas as revelações subsequentes a Noé, Abraão, Moisés, Jesus e, finalmente, Mohammad estão em conformidade com aquela mensagem.  Portanto, o Islã vê quaisquer contradições entre as religiões reveladas como elementos produzidos pelo homem que foram introduzidos nessas religiões.  A posição de Jesus nas três maiores crenças - Judaísmo, Cristianismo e Islã – não é uma exceção.
Embora o Alcorão não apresente uma estória detalhada da vida de Jesus, ele destaca aspectos importantes de seu nascimento, sua missão e sua ascensão ao céu. Ele também julga as crenças cristã e judaica em relação a ele.  Nós veremos algumas das verdades que Deus revelou sobre Jesus no Alcorão.
Nascido de uma Mãe Virgem
Como os cristãos, os muçulmanos acreditam que Maria, ou Mariam como ela é chamada em árabe, era uma mulher casta, virgem, que milagrosamente deu à luz a Jesus.  O nascimento de Jesus em si foi um milagre no sentido de que ele não tinha pai.  Deus descreve seu nascimento no Alcorão da seguinte forma:
“E menciona no Livro (o Alcorão), Maria, quando ela se isolou em reclusão de sua família para um lugar na direção do oriente.  Ela colocou um véu entre ela e eles; então Nós lhe enviamos o Nosso Espírito (o anjo Gabriel), e ele se apresentou como um homem em todos os aspectos.  Ela disse: ‘Verdadeiramente, eu me refugio no Misericordioso (Deus), contra ti, se temes a Deus.’  (O anjo) disse: ‘Eu sou apenas um mensageiro de teu Senhor, (para te anunciar) a dádiva de um filho virtuoso.’  Ela disse: ‘Como hei de ter um filho, se nenhum homem me tocou e nunca fui mundana?’  Ele disse: ‘Assim será, porque teu Senhor disse: Isso Me é fácil. E (Nós desejamos) apontá-lo como um sinal para a humanidade e misericórdia de Nossa parte. Este é um assunto decretado (por Deus).’” (Alcorão 19: 16-21)
Esse fato, entretanto, não significa que Jesus é divino em essência ou espírito, nem ele é merecedor de adoração, porque a existência de Adão foi mais milagrosa que a de Jesus.   Se seu nascimento milagroso foi uma prova de que Jesus era Deus encarnado ou Seu filho, então Adão teria mais direito a essa divindade do que ele.  Ao contrário, ambos são profetas que foram inspirados com revelação de Deus Todo-Poderoso, e ambos foram servos Dele vivendo de acordo com Seus mandamentos.
“De fato, a semelhança de Jesus perante Deus é como a de Adão.  Ele o criou do pó, e em seguida disse-lhe: ‘Sê!’ e ele foi.’” (Alcorão 3:59)

Milagres
Os muçulmanos, como os cristãos, acreditam que Jesus realizou milagres.  Esses milagres foram realizados pela vontade e permissão de Deus, Que tem poder e controle sobre todas as coisas.
“Deus dirá: ‘Ó Jesus, filho de Maria!  Lembra-te de Minha graça para contigo e para com tua mãe.  Vê!  Eu te fortaleci com o Espírito Santo (o anjo Gabriel) para que falaste aos homens quando ainda no berço e na maturidade.  Vê!  Eu te ensinei o Livro e a Sabedoria, o Torá e o Evangelho.  E vê: fizeste do barro uma figura igual a um pássaro e, com Minha permissão, sopraste nela e ela se tornou um pássaro, com Minha permissão. E curaste o cego e o leproso, com Minha permissão.  E vê!  Ressuscitaste os mortos com a Minha permissão.  E vê!  Eu impedi os Filhos de Israel (de violência contra ti) quando lhes apresentaste as Evidências, e os descrentes entre eles disseram: ‘Isto não é senão mágica evidente.’” (Alcorão 5:110)
Deus enviou todos os profetas com milagres específicos para a nação a qual eles foram enviados para provar a veracidade de sua mensagem.  Esses milagres não foram realizados espontaneamente; ao contrário, eles foram apenas manifestados em suas mãos pela vontade de Deus.  Os milagres realizados por Jesus não foram diferentes.  Os judeus estavam bem avançados no campo da medicina, e os milagres que Jesus trouxe eram dessa natureza, provando a verdade de Sua mensagem e de modo a convencer os judeus.

Sua Divindade

Os muçulmanos acreditam na Unicidade Absoluta de Deus, Que é um Ser Supremo livre de limitações, necessidades e desejos humanos.  Ele não tem parceiros em Sua Divindade. Ele é o Criador de tudo e é completamente separado de Sua criação, e toda adoração deve ser direcionada a Ele somente.
Essa foi a mesma mensagem trazida por todos os profetas de Deus, incluindo Jesus.  Ele nunca clamou quaisquer qualidades de divindade, nem clamou que merecia ser adorado.   Ele não disse que era o “filho” de Deus ou parte da “Trindade”, mas ao contrário que ele era apenas um servo de Deus enviado aos judeus para trazê-los de volta à verdadeira religião, adorando o Deus Único e seguindo sua instrução.  A maioria dos versículos no Alcorão que mencionam Jesus discute esse aspecto.  Eles provam que ele foi tomado como um objeto de adoração como resultado de mentiras que pessoas inventaram contra ele. Isso confirma relatos de sua vida onde o próprio Jesus negou claramente que ele merecesse qualquer adoração, e apóia a noção de que as parábolas e exemplos que Deus deu mostravam sua natureza mortal, não sua divindade ou relação filial com Deus.  Deus narra sobre Jesus no Alcorão:

“De fato, descreem os que dizem, ‘Deus é o Messias, o filho de Maria’, enquanto o Messias disse, ‘Ó Filhos de Israel, adorai a Deus, meu Senhor e vosso Senhor.’” (Alcorão 5:72)
Deus diz sobre a crença de que Jesus é parte de uma “Trindade”:
“De fato descreem os que dizem, ‘Deus é o terceiro de três.’ (Ao contrário) não existe ninguém merecedor de adoração exceto o Deus Único.  E se não se abstiverem do que dizem, certamente um doloroso castigo afligirá os descrentes entre eles.  Então não se voltam, arrependidos, para Deus e imploram Seu perdão?   E Deus é Perdoador e Misericordioso.  O Messias (Jesus), filho de Maria, não é mais que um Mensageiro; antes dele muitos mensageiros passaram. E sua mãe aderiu totalmente à verdade, e ambos se alimentavam (como outros mortais).  Vê como tornamos evidentes para eles Nossos sinais; e vê como se distanciam!" (Alcorão 5:73-75)
E também:
“Ó Povo do Livro (judeus e cristãos)!  Não vos excedais nos limites de vossa religião, e não digais de Deus senão a verdade.  O Messias, Jesus, filho de Maria, foi apenas um Mensageiro de Deus, e Seu Verbo que Ele concedeu à Maria, e um espírito vindo Dele.  Então crede em Deus e em Seus Mensageiros e não digais: ‘Deus é uma Trindade.’ Abstende-vos de dizê-lo; é melhor para vós.  Porque Deus apenas é o Deus Único.  Longe de Sua glória que Ele teria um filho.  A Ele pertence tudo que está nos céus e na terra.  E Deus é suficiente como guardião”   (Alcorão 4:171)
Deus considera essa crença como uma enormidade contra Sua Essência:
“E eles dizem: ‘O Misericordioso (Deus) tomou para Si um filho.’ De fato fizestes algo abominável. Por causa disso os céus se dividem, a terra se fende e as montanhas se desmoronam; por atribuírem um filho ao Misericordioso, quando não é adequado para a (Majestade) do Misericordioso que Ele tome para Si um filho.  Tudo nos céus e na terra chega ao Misericordioso como servo. (Alcorão 19:88-93)
No Dia do Juízo, Jesus novamente se isentará dessa falsa atribuição.  Deus nos deu um breve resumo do que ele dirá quando for perguntado sobre por que as pessoas o adoram:
“E lembra-lhes de quando Deus dirá, “Ó Jesus, filho de Maria, disseste tu aos homens, ‘Tomai a mim e minha mãe como divindades ao lado de Deus?’”  Ele dirá, ‘Glorificado sejas!  Não me é admissível dizer o que não tenho direito.  Se o tivesse dito, Tu o saberias.  Tu sabes o que há em mim, e não sei o que há em Ti.  Por certo, Tu és o Conhecedor do invisível.  Eu não lhes disse senão o que me ordenaste – adorai a Deus, meu Senhor e vosso Senhor...’”  (Alcorão 5:116-117)
Nesses versículos, Deus proclama que atribuir a Jesus o atributo de ‘filho de Deus’ ou ‘parte da Trindade’ é de fato uma grande blasfêmia.  A razão para isso tem a ver com a assertiva fundamental chave de que Deus é Singular e diferente de Sua criação; assim como em Sua Essência, Ele é Singular em Sua Divindade, Seus Atributos e Sua Senhoria. Tudo que foi dito acima forma o estrito monoteísmo que Ele revelou em Suas Escrituras, delas o primeiro dos Dez Mandamentos:
“Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.  Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20:1-3)
Atribuir um filho a Deus está em clara oposição àquele princípio para o qual Ele criou a Criação e enviou profetas.  Deus diz no Alcorão:
“E Eu não criei os jinns e os humanos senão para adorar-Me...” (Alcorão 51:56)
Ele também disse:
“E Nós certamente enviamos para cada nação um mensageiro, (dizendo), ‘Adorai a Deus e evitai todos os falsos objetos de adoração.’” (Alcorão 16:36)

Sua Missão

Como discutido anteriormente, o Alcorão afirma claramente que Jesus foi um profeta, assim como o fato de que ele não foi mais do que isso.  Os profetas de fato são o melhor da criação. Eles são aqueles a quem Deus escolhe para receber Sua revelação, e ao mesmo tempo, eles são meros emissários de Deus e não merecem receber adoração.  Jesus, como mencionando no Alcorão, não é diferente de qualquer um deles a esse respeito.
Ao longo de todo o Alcorão, Jesus é identificado fundamentalmente como um profeta de Deus enviado aos judeus que haviam se desviado dos ensinamentos de Moisés e outros mensageiros.
“E quando Jesus, filho de Maria, disse: ‘Ó Filhos de Israel, eu sou o Mensageiro de Deus para vós, confirmando o Torá que veio antes de mim.’” (Alcorão 61:6)
Jesus Cristo, o filho de Maria, foi o último de uma linha de profetas judeus.  Ele viveu de acordo com o Torá, a Lei de Moisés, e ensinou seus seguidores a fazer o mesmo.  Em Mateus 5:17-18, Jesus afirmou:
“Não penseis que vim revogar a lei e os profetas; não vim para revogar mas para cumprir.”
Nesse aspecto, ele e sua mensagem não eram diferentes dos profetas anteriores escolhidos por Deus, que chamaram à adoração de Deus e de Deus somente, assim como à obediência de Seus mandamentos.  Como ele foi milagrosamente apoiado por Deus em sua concepção, nascimento e infância, ele também foi apoiado por numerosos milagres para provar que ele era um mensageiro de Deus.  Entretanto, a maioria dos judeus rejeitou a sua missão profética.
Jesus não apenas confirmou as escrituras reveladas antes dele, mas também predisse um outro profeta a vir depois dele.  Deus diz:
“E quando Jesus, filho de Maria, disse: ‘Ó Filhos de Israel!  De fato sou para vós o Mensageiro de Deus, confirmando o que foi revelado antes de mim no Torá, e trazendo boas novas de um mensageiro que virá depois de mim, cujo nome é o Louvado (Ahmad).’” (Alcorão 61:6)
Esse fato também é mencionado no Novo Testamento.  Estudo cuidadoso mostra que Jesus, que a paz esteja sobre ele, se refere ao mesmo profeta em João 14:16-17:
“E eu enviarei um outro Consolador (o Profeta Mohammad, que Deus o exalte), para ficar convosco para sempre, o Espírito da Verdade."

Sua Crucificação

Deus esclareceu no Alcorão que Jesus não foi crucificado; ao contrário, foi feito com que assim parecesse aos judeus, e Deus o elevou aos Céus.  O Alcorão não explica, entretanto, quem foi a pessoa crucificada no lugar de Jesus, que Deus o exalte.
“Eles não o mataram nem o crucificaram, mas isso lhes foi simulado.” (Alcorão 4:157)
“Deus o ascendeu até Ele.  Deus é Todo-Poderoso, Sábio.” (Alcorão 4:158)
Dessa forma, o Islã nega que Jesus veio a essa terra com o propósito de se sacrificar pelo pecado de Adão, Eva e o resto da humanidade, livrando-os desse encargo.  O Islã rejeita estritamente a noção de que qualquer pessoa carregue o pecado de outra.  Deus diz:
“Nenhuma alma arca com o pecado de outra.” (Alcorão 39:7)
O Islã também enfatiza a noção de que Deus é capaz de perdoar todos os pecados, se uma pessoa verdadeiramente se arrepende e então se abstém de repeti-lo. Deus não precisa de qualquer sacrifício de sangue para isso, quanto mais Ele próprio descer na forma de homem e morrer pelos pecados de cada homem.  Ao contrário, a misericórdia de Deus se estende a todas as criaturas, crentes e descrentes.  A porta para o perdão está aberta a qualquer um que busque por ela.

A Segunda Vinda de Cristo

Assim como os cristãos, os muçulmanos também acreditam no retorno de Jesus, o Messias, à terra, embora seu papel e razão para o seu retorno difiram do que os cristãos propõem.  Ele retornará à terra primeiro e principalmente para provar sua mortalidade e refutar as falsas crenças que as pessoas mantêm sobre ele.  Ele viverá uma vida normal, casará e também morrerá como qualquer outro humano.  Nesse ponto, a questão referente a ele ficará clara, e todas as pessoas acreditarão que ele era verdadeiramente mortal.
“E não há ninguém do Povo do Livro que deixe de crer nele (Jesus) antes de sua morte, e no Dia do Juízo ele será testemunha contra eles.” (Alcorão 4:156-159)
Jesus também irá combater o falso Cristo, que chamará as pessoas a crer que ele é deus, e aparecerá logo antes dele retornar.  Jesus derrotará o anticristo, e todas as pessoas aceitarão a verdadeira religião de Deus.  O mundo verá um tipo de paz e serenidade nunca sentida na história, todos adorando o mesmo Deus, submissos a Ele somente, e em paz uns com os outros.

Conclusão

Essa foi uma breve introdução à verdade que Deus revelou sobre Jesus em Seu Livro final, o Alcorão, que Ele revelou à Mohammad.  Existe apenas o Deus Único Que criou uma raça de seres humanos e comunicou-lhes uma mensagem: submissão à adoração de Deus e Deus somente e obediência à Sua instrução – conhecida em árabe como Islã.  Aquela mensagem foi transmitida aos primeiros seres humanos na terra, e reafirmada por todos os profetas de Deus que vieram depois deles através de todos os tempos.
Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, realizou milagres e convidou os israelitas à mesma mensagem de submissão (Islã) como fizeram todos os profetas que o precederam.  Ele não era Deus, nem era o ‘Filho de Deus’, mas o Messias, um ilustre profeta de Deus.  Jesus não convidou as pessoas a adorá-lo; ao contrário, ele as chamou a adoração de Deus, a Quem ele próprio adorava.   Ele confirmou as leis do Torá que o Profeta Moisés ensinou; ele viveu sob elas, e instrui seus discípulos a segui-las nos mínimos detalhes, após permitir as coisas que os judeus tornaram ilegais para si próprios.  Antes de sua partida, ele informou aos seus seguidores do último profeta, Muhammad da Arábia, que viria depois dele, e os instruiu a observar seus ensinamentos.
Nas gerações após a partida de Jesus desse mundo, seus ensinamentos foram distorcidos e ele foi elevado à condição de Deus.  Seis séculos depois, com a vinda do Profeta Muhammad, a verdade sobre Jesus Cristo foi finalmente recontada e preservada eternamente no último livro de revelação divina, o Alcorão.  Além disso, muitas das leis de Moisés, que Jesus seguiu, foram reavivadas em sua forma pura e inalterada e implementadas no modo de vida divinamente prescrito conhecido como Islã, enquanto muitos outros aspectos e injunções das leis que tinham sido trazidas por profetas anteriores foram suavizados ou completamente abolidos.
Conseqüentemente, a realidade dos profetas, sua mensagem uniforme, e o modo de vida que eles seguiram, podem ser encontrados preservados apenas na religião do Islã, a única religião prescrita por Deus para o homem.  Além disso, hoje apenas os muçulmanos seguem de fato Jesus e seus verdadeiros ensinamentos.  Seu modo de vida está muito mais em sintonia com o modo de vida que Jesus praticou do que qualquer dos “cristãos” modernos.   Amor e respeito por Jesus Cristo é um artigo de fé no Islã, e Deus enfatizou a importância de crer em Jesus em várias passagens no Alcorão.

Fonte: http://www.islamreligion.com

Al 'Asr - A Era

Capítulos curtos do Alcorão - 103º Capítulo - Al 'Asr - A Era

Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:

Este capítulo do Alcorão também é muito curto, com apenas três versículos. Ele alerta o homem que, não fosse a orientação de Deus, este estaria perdido. Aliás, todos aqueles que não se pautam pela obediência a Deus estão perdidos, ainda que pareçam levar uma "boa vida". Apenas aqueles que praticam o bem, fazem uso da verdade e são pacientes estarão salvos da perdição.

1- Pela era,
2- Que o homem está na perdição,
3- Salvo os crentes, que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam, uns aos outros, a paciência!

Explicações do Prof. Samir El Hayek:
Asr pode significar:
1- O Tempo, através das eras, ou um longo período, que nesse caso se aproxima da ideia abstrata do Tempo (Dahr), que algumas vezes foi deificado pelos árabes pagãos;
2- Ou a tardezinha, da qual a oração canônica Asr toma o nome.
O uso místico de ambas as ideias é compreendido aqui. É feita uma referência ao Tempo, como uma das criações de Deus, a respeito do qual todos sabem algo, mas cujo significado exato ninguém sabe, plenamente, explicar. O tempo é inexorável e destrói todas as coisas materiais.

Se a vida for considerada sob a metáfora de uma transação comercial, o homem, buscando esse ganho material, sairá perdendo. Quando, à tarde, ele fizer as contas do dia, estas mostrarão a perda. Elas apenas mostrarão lucros se ele tiver fé, levar uma vida decente e contribuir para o bem-estar social, encorajando outras pessoas a seguirem a Senda da Verdade e da Constância. A fé é a sua arma com a qual ele se previne quanto aos ferimentos do mundo material; e o seu viver descente é a sua contribuição para a positiva ascensão espiritual.

Se ele fosse viver apenas para si mesmo, não iria cumprir com todo o seu dever. Qualquer coisa de bom que ele possua, especialmente quanto à moral e vida espiritual, deverá disseminá-la entre os seus irmãos, para que eles vejam a Verdade e fiquem na expectativa, em paciente esperança e firme constância, em meio a todas as tempestades e vicissitudes da vida exterior; porque tanto ele como seus irmãos terão então obtido a paz interior.