terça-feira, 15 de outubro de 2013

Mitos a respeito do Islamismo

Algumas questões que ficaram mal resolvidas:


Por que o Islamismo é uma religião violenta?
Para começo de conversa o Islamismo não é uma religião violenta. O que acontece é que o Islamismo aparece na mídia sempre vinculado a algum momento de violência, que nem sempre tem relação com a religião. Daí fica a impressão de que tudo é violento nesta religião.
Mas o Islamismo surgiu através da guerra, usando a violência, portanto é violenta, não é?
Não é não. Para se ter uma ideia quem fez uso da violência foram os politeístas que não queriam aceitar as ideias de Maomé e perseguiam os muçulmanos. Maomé e os primeiros muçulmanos foram obrigados a fugir para outro lugar e, mesmo assim, os líderes de Meca moveram guerras para tentar matar Maomé e impedir o avanço do Islamismo. Foram dez anos se defendendo e usando das batalhas um meio de defesa da religião. Portanto o uso da violência ocorreu contra o Islamismo.
No entanto, o Islamismo força as pessoas a se converterem, caso contrário são mortas, não é?
Não é não, de novo. Esta é uma impressão difundida pela mídia, que consideram alguns atos isolados como forma universal, ou seja, como se todos os muçulmanos agissem da mesma forma, o que não é verdade. Para se ter uma ideia, no Alcorão há um versículo dizendo: "Não há imposição quanto à religião, pois a verdade já foi destacada do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo" (Capítulo 2, Versículo 256).
Por que o Alcorão fala tanto em sangue, matar e morrer e opressão?
Com certeza esta é a opinião de quem jamais leu o Alcorão. Para se ter uma ideia, existe um versículo conhecido como "Versículo do Trono", pois resume a essência de Deus e sua religião de forma sublime. Ele diz: "Deus! Não há mais divindade além d'Ele, Vivente, Subsistente, a Quem jamais alcança a inatividade ou o sono; d'Ele é tudo quanto existe nos céus e na terra. Quem poderá interceder junto a Ele, sem a Sua anuência? Ele conhece tanto o passado como o futuro, e eles (humanos) nada conhecem da Sua ciência, senão o que Ele permite. O Seu Trono abrange os céus e a terra, cuja preservação não O abate, porque é o Ingente, o Altíssimo" (Capítulo 2, Versículo 255).
Seja como for, o Islamismo oprime a mulher e a obriga a usar o véu. Isso é verdade, não é?
Não é não, pela terceira vez. Para se ter uma ideia, a mulher cristã sempre foi mais oprimida do que as mulheres muçulmanas: as muçulmanas podem escolher seus maridos, podem pedir o divórcio e podem herdar bens, o que só aconteceu com as mulheres cristãs, por exemplo, em um momento bem recente. Agora, o problema é que só se noticia casos em que as mulheres sofrem abusos dos homens, o que não é apoiado pelo Islamismo, mas trata-se de exceções. Daí toma-se a exceção pela regra, confundindo-se tudo. Quanto ao véu, foi uma exigência feminina, pois com o véu elas se resguardam dos olhares cobiçosos e maliciosos e são admiradas pelo que pensam também. As mulheres não são apenas pedaços de carne, como são nos países ocidentais, onde a mulher é usada e abusada como um objeto descartável nos dias de hoje.
Por que apenas o Islamismo é terrorista, perseguindo e odiando as demais religiões?
Isto não é verdade.  Para começo de conversa, quem disse que apenas o Islamismo é terrorista? O que dizer, por exemplo, dos grupos católicos e protestantes que se digladiavam na Irlanda do Norte? E sobre o ódio para outras religiões e perseguição, parece que não considerou, por exemplo, o período das Cruzadas, onde os cristãos saíram da Europa para perseguir e lutar contra o Islamismo no Oriente Médio. E as inúmeras guerras religiosas da Europa durante a Reforma Protestante dos séculos XVI e XVII. Enfim, infelizmente em várias épocas encontramos pessoas de diferentes religiões que perseguem outras pessoas por conta da religião. Já vimos também que o Alcorão proíbe a conversão forçosa das pessoas ao Islamismo, pois apenas as conversões voluntárias são válidas.
Como posso conhecer melhor o Islamismo?
Existem inúmeras maneiras. Pela internet mesmo existem vários sites que nos ensinam muito. Além disso, qualquer mesquita está aberta a receber todos, orientar e eventualmente emprestar livros sobre o Islamismo. Para todos os efeitos, o Alcorão é a principal fonte de conhecimentos do Islamismo e já está disponível em português. Neste blog mesmo já existem alguns capítulos postados. Quem quer conhecer encontra sempre um caminho para tal. Veja estes dois curtos vídeos que explicam resumidamente os principais aspectos do Islamismo:
Compreenda o Islã e os Muçulmanos - Parte I



Compreenda o Islã e os Muçulmanos - Parte II

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Al Gháxia - O Evento Assolador

Capítulos Curtos do Alcorão - Al Gháxia - O Evento Assolador

Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:

Introdução - Prof. David: Este capítulo do Alcorão tem 26 versículos no qual explica, de maneira alegórica, os acontecimentos referentes ao Apocalipse. Salienta a humilhação que os condenados sofrerão, mas deixa a todos os fiéis a certeza de que poderão escapar de semelhante provação. Ao final do capítulo, posto também um vídeo mostrando a recitação em árabe do capítulo.
1- Porventura, chegou-te a notícia do Evento Assolador?
2- Haverá rostos humildes, nesse dia,
3- Fatigados, abatidos,
4- Chamuscados, pelo Fogo abrasador!
5- Ser-lhes-á dado a beber de um manancial fervente;
6- Não terão, por alimento, nem lhes saciarão a fome!
7- Que não os alimentarão, nem lhes saciarão a fome!
8- (Outros) rostos, nesse dia, estarão calmos,
9- Contentes, por seus (passados) esforços;
10- Estarão em um jardim suspenso,
11- Onde não ouvirão futilidade alguma;
12- Nele haverá um manancial fluente,
13- Nele haverá leitos elevados,
14- E taças, ao alcance da mão,
15- E almofadas enfileiradas,
16- E tapetes de seda estendidos.
17- Porventura, não reparam nos camelídeos, como são criados?
18- E no céu, como foi elevado?
19- E nas montanhas, como foram fixadas?
20- E na terra, como foi dilatada?
21- Admoesta, pois, porque és tão somente um admoestador!
22- Não és, de maneira alguma, guardião deles.
23- E, àquele que te for adverso e incrédulo,
24- Allah infligirá o maior castigo.
25- Em verdade, o seu retorno será para Nós;
26- E o seu cômputo Nos concerne.

Explicações do Prof. Samir El Hayek:
Gháxiya: aquela coisa ou evento que ofusca ou esmaga, e que abrange tudo, fazendo com que as pessoas percam a razão. O significado da raiz da palavra árabe dharí' novamente implica a ideia de humilhação. A segunda coisa que deverão considerar é a nobre abóbada azul, acima deles, o sol e a lua, as estrelas e os planetas, e outros corpos celestiais.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Al Fajr - A Aurora

Capítulos Curtos do Alcorão - Al Fajr - A Alvorada

Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek

Depois de alguns dias sem postagens, retomo com a tradução de mais um capítulo do Alcorão. Trata-se do capítulo chamado Al Fajr, ou A Alvorada. Nos seus 30 versículos Allah deixa claro que está atento a tudo o que acontece, tanto de dia como de noite. Além disso, tal qual os dias se sucedem, também se sucede as graças de Deus para conosco. Ao final coloco a recitação deste versículo em árabe.
Capítulo Al Fajr em árabe
1- Pela aurora,
2- E pelas dez noites,
3- E pelo par e pelo ímpar,
4- E pela noite, quando se retira (que sereis castigados)!
5- Porventura, não há nisso um juramento adequado, para o sensato?
6- Não reparaste em como o teu Senhor procedeu, em relação à (tribo de) Ad,
7- Aos (habitantes de) Iram, (cidade) de pilares elevados,
8- Cujo similar não foi criado em toda a terra?
9- E no povo de Samud, que perfurou rochas no vale?
10- E no Faraó, o senhor das estacas,
11- Os quais transgrediram, na terra,
12- E multiplicaram, nela, a corrupção,
13- Pelo quê o teu Senhor lhes infligiu variados castigos?
14- Certamente que o teu Senhor está sempre alerta.
15- Quanto ao homem, quando seu Senhor o experimenta, honrado-o e agraciando-o, diz (empertigado): Meu Senhor me honrou!
16- Porém, quando o prova, restringindo a Sua graça, diz: meu Senhor me humilhou!
17- Não! Vós não honrais o órfão,
18- Nem vos estimulais a alimentar o necessitado;
19- E consumis avidamente as heranças,
20- E cobiçais insaciavelmente os bens terrenos!
21- Em verdade, quando a terra for triturada fortemente,
22- E aparecer o teu Senhor, com os Seus anjos em desfile,
23- E o Inferno, nesse dia, for destacado, então o homem recordará; porém de que lhe servirá a recordação?
24- Dirá: Oxalá tivesse diligenciado (na prática do bem), durante a minha vida!
25- Porém, nesse dia, ninguém castigará como Ele (o fará),
26- Nem ninguém acorrentará, como Ele (o fará),
27- E tu, ó alma em paz,
28- Retorna ao teu Senhor, satisfeita (com Ele) e Ele satisfeito (contigo)!
29- Entra no número dos Meus servos!
30- E entra no Meu Paraíso!

Explicações do Prof. Samir El Hayek:
As "dez noites" do segundo versículo referem-se, costumeiramente, às primeiras dez noites da época da Peregrinação. Desde os tempos mais remotos, Meca sempre foi o centro da peregrinação árabe. A História de Abraão está intimamente ligada a ela. Nos tempos da idolatria, foram introduzidas várias superstições, que o Islamismo dissipou. Este purificou, ainda, os rituais e as cerimônias, imprimindo-lhes um novo significado. Os dez dias, especialmente devotados à peregrinação, introduzem um formidável contraste na vida tanto de Meca como na dos peregrinos.
Meca, sendo uma cidade um tanto pacata, torna-se, então, fervilhante, com milhares de peregrinos de todas as partes do mundo. Estes despem-se das suas vestes usuais, de todas as espécies de vestes, e colocam uma veste simples e comum (chamada Ihram); eles suspendem toda a sorte de lutas e altercações; abstêm-se de toda a espécie de luxúria e epicurismo; tomam toda a vida por sagrada, não importando quão humilde ela seja, exceto na maneira de conduzirem o simbólico e cuidadosamente regulamentado sacrifício; e passam as suas noites em oração e meditação.
O par e o ímpar seguem-se mutuamente, em sucessões regulares; cada um é independente, e nenhum é auto-suficiente. Em última análise, todos os números pares fazem parelha com os ímpares. E todas as coisas existem aos pares. No mundo animal, os casais consistem de dois indivíduos, sendo que um constitui o complemento do outro. Tanto as coisas abstratas como as concretas são, frequentemente, compreendidas, em contraste com os seus opostos.
Iram parece ter sido a antiga capital de Ad, na Arábia Meridional. Ela se ufanava da sua elevada arquitetura (elevados pilares). Alguns exegetas entendem que Iram é o nome de um herói eponímico de Ad, em cujo caso a linha seguinte, "de pilares elevados", deveria ser traduzida por "de estatura elevada". O povo de Ad era um povo de pessoas altas.
Há certo trato de território na Arábia Meridional que foi, outrora, muito próspero (Arabia Felix), em cujas ruínas encontraram-se inúmeras inscrições. Ele tem sempre sido objeto de grande interesse por parte dos árabes.
A civilização do povo de Samud mostra traços de influência egípcia, síria e (mais tarde) greco-romana. Ela erigiu magníficos templos, catacumbas e edificações feitas na rocha. O culto ao ídolo Lat floresceu ali.
A herança de uma pessoa ou família (citada no versículo 19) pode ser malbaratada de duas maneiras: 1- Os guardiões e os fiduciários das heranças dos menores e das mulheres, ou das pessoas impossibilitadas de cuidar dos seus próprios interesses, deverão preencher a confiança neles depositada, com desvelo ainda maior do que aquele que devotariam aos seus próprios interesses; 2- As pessoas, que herdam bens, em seus próprios diretos, devem lembrar-se de que, nesse caso, também essa é uma responsabilidade sagrada.



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Al Balad - A Metrópole

Capítulos curtos do Alcorão - Al Bálad - A Metrópole

Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:

Neste curto capítulo o Alcorão faz referência à metrópole de Meca, que se tornou a cidade mais sagrada do Islamismo e retoma a lembrança de todas as benesses que já fez pelos homens e reforça a necessidade de sermos gratos por isso. No final posto também a recitação do capítulo em árabe.

1- Juro por esta metrópole (Meca)