quarta-feira, 30 de março de 2016

Jesus no Islamismo - Parte 2

A diferença do Jesus "Cristão" para o Jesus "Muçulmano":

Diferentes Pontos de Vista cristãos sobre Jesus:

Atualmente, pode causar surpresa pensar que um cristão aceite outra descrição de Jesus além de "Ungido de Deus" ou "Salvador", porém, Négus (o rei da Abissínia) conhecia os argumentos teológicos que se debatiam entre várias seitas cristãs desde o princípio, se dividiram em duas correntes: por um lado, aqueles que seguiram a religião de Jesus e por outro aqueles que seguiram uma religião próxima de Jesus.
A primeira esteve composta por seus discípulos, os quais viviam como judeus, acreditavam em um único Deus e seguiam a Lei de Moisés, a qual Jesus "não veio para revogar, mas cumprir" (Matheus - 5:17), foram conhecidos como Arianos. Ário era um bispo do norte da África que deu ênfase à natureza humana de Jesus. A segunda corrente esteve encabeçada por Paulo, um orador carismático que nunca conheceu pessoalmente Jesus; eram conhecidos como Paulinos, eles focaram seus esforços em converter os judeus e em desenvolver uma teologia afastada do Antigo Testamento, que incluía a crença em uma trindade, os conceitos associados de pecado original e expiação, davam ênfase em Jesus como "filho" de Deus e o dogma central da (suposta) crucificação e ressurreição de Jesus.



O Concílio de Niceia:

As divergências entre estas e outras seitas haviam aumentado de tal forma durante o século IV que o imperador Constantino decidiu convocar o Concílio de Niceia (Iznik, Turquia) no ano de 325 d.C., onde os bispos do mundo cristão se reuniram pela primeira vez para debater a doutrina cristã, dando lugar à crença de uma trindade: "Pai, Filho e Espírito Santo". Os bispos que estiveram em desacordo foram declarados hereges, suas publicações foram proibidas e os evangelhos que apoiavam seus argumentos foram queimados. Isto marcou o nascimento da Igreja Católica Romana, a religião oficial do Império Romano.
Dezenas de evangelhos e outras escrituras que eram usadas com liberdade e que apresentavam uma visão alternativa de Jesus foram destruídas. Somente quatro foram incluídas no Novo Testamento, junto com muitos dos escritos de Paulo.
Apesar deste intento totalitarista de alcançar a "unidade religiosa", um pequeno número de seitas cristãs que se opuseram conseguiram sobreviver junto com alguns evangelhos alternativos que estiveram cuidadosamente ocultos, e que não saíram à luz até o século XX. As tribos germânicas da Europa se converteram diretamente ao cristianismo ariano ao invés do cristianismo romano. E um sentimento de desconfiança entre elas impulsionou mais tarde a Reforma Protestante e o estabelecimento de uma igreja unitária. Deu um ponto de vista histórico, as principais diferenças religiosas entre muçulmanos e cristãos são, em sua maioria, as que existiram entre os mesmo cristãos desde o início. Diferenças quanto à natureza e à missão de Jesus, sua relação com Deus e sobre a melhor forma de respeitá-lo e seguir seu exemplo.

Filho de Maria: Não "Filho" de Deus:

O Alcorão ensina o monoteísmo puro e simples: fé em um único Deus, Criador e Sustentador do Universo. Um Ser Supremo sem companheiros nem associados nem familiares. Não existe o conceito de intermediários no Islamismo, seja como sacerdote ou salvador, que deva interceder entre o ser humano e seu Criador. O Islamismo considera que a visão cristã na qual Jesus é "idolatrado" enquanto que Deus é "humanizado", obscurece o inestimável papel de Jesus como mestre e modelo. Ao mesmo tempo em que subestima imensamente a transcendental majestade de Deus. Para os muçulmanos é impossível que o Criador do Universo, o Todo Poderoso possa aparecer em qualquer forma humana, completa ou parcial, limitado pelo tempo e espaço.
O Alcorão, como a Bíblia, confirma que Jesus não teve pai humano, porém não aceita que isto o converta em filho de Deus como não aconteceu com Adão, que também foi criado sem pai nem mãe. Mas sim "quando decide um assunto, basta-lhe dizer: Sê. E é" (Alcorão - 3:47).
É interessante recordar que o termo Jesus é empregado frequentemente no Evangelho do Novo Testamento como "filho do homem" (em hebraico. literalmente, o "filho de Adão"), um termo que para os muçulmanos enfatiza sua natureza humana. A frase "filho do homem" também aparece no Antigo Testamento, conde ressalta a insignificância que o homem é ante Deus. (Jó - 25:4/6 e Salmos - 8:3/5).

Um comentário:

  1. Não consigo enxergar o islã da maneira pacífica, depois de ter visto vários filmes sobre esse assunto,exemplo: o apedrejamento de Soraya M. Um absurdo!E como vários grupos matam não sei por quê. Não, pera, por causa de 'Alá', what? Não era uma religião de paz? Então o deus de vocês ensinam a matar? Não quero generalizar todos mas ainda tenho minhas dúvidas sobre esse assunto.

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