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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Mesquita Maior de Granada

Mezquita Mayor de Granada:

Após 511 anos a cidade de Granada, na Espanha, volta a ter uma mesquita.


O ano era 1492. O dia: 02 de Janeiro. Neste momento histórico os reis católicos Fernando V de Aragão e Isabel I de Castela entravam solenemente na cidade de Granada, no sul da Península Ibérica, e tomavam posse do último bastião muçulmano na Europa: as Guerras de Reconquista estavam encerradas.

Fernando e Isabel recebem a rendição da cidade de Granada em 02/01/1492

Imediatamente o palácio dos emires de Granada, a magnífica Alhambra, foi ocupada e ali, onde até então se louvava o nome de Allah há sete séculos, foram ministradas missas e procissões. As mesquitas foram transformadas em igrejas e a população muçulmana foi convertida ao cristianismo, em sua maioria forçada pela ameaça da morte na fogueira.

Mas no verão espanhol de 2003 uma mesquita foi inaugurada em Granada, 511 anos após a tomada da cidade pelos Reis Católicos. Foi, nas palavras dos próprios muçulmanos locais, um "hito histórico. Em sua página principal, o site da mesquita afirma o seguinte:
"La apertura de la Mezquita Mayor de Granada en el verano del año 2003 marcó un hito histórico, al igual que su silueta en el horizonte del Albaicín y frente a la majestuosa estampa de la Alhambra y Sierra Nevada representa un hito en el paisaje de Granada.
La Mezquita Mayor de Granada representa la restauración de un vínculo perdido y señala la continuidad, después de un paréntesis de 500 años, de una tradición fecunda y enriquecedora en todas las esferas del quehacer humano.
La Mezquita Mayor de Granada es también un signo de la vitalidad del mensaje profético del Islam y su relevancia en Europa y en Occidente. Las contribuciones al saber, el pensamiento y la cultura del mundo islámico a través de España fueron muy importantes en el pasado y los musulmanes europeos de hoy aspiramos a contribuir a la transformación del mundo en que vivimos donde tantas injusticias y dilemas acuciantes nos afectan a todos.
El Islam es el último mensaje revelado, que ofrece las alternativas viables y naturales al capitalismo voraz y a la rápida disolución de todos los valores en la actual sociedad de consumo".
A abertura da Mesquita Maior de Granada é um exemplo de tolerância e respeito, pelo qual os espanhóis de Granada estão de parabéns. A existência de um templo religioso é sempre importante para as comunidades locais onde estão construídos, mas no caso específico de Granada, com todas suas vicissitudes históricas ligadas à ocupação árabe, à Reconquista católica e à herança moçárabe local, torna-se ainda mais importante.
Vista do pátio interno da Mesquita Maior de Granada

Interior da Mesquita Maior de Granada em dia de oração

Site da Mezquita Mayor de Granada:

http://www.mezquitadegranada.com/





quinta-feira, 30 de junho de 2016

Dificuldades do Jejum de Ramadã no Brasil

É possível seguir a religião islâmica no Brasil?

O meio em que se vive interfere, mas não pode servir de desculpa.

A prática do Islamismo é algo que demanda um esforço pessoal imenso, haja vista os cinco pilares que devem ser cumpridos pelos muçulmanos. Mas não se pode negar que todo comportamento, quando é acompanhado pela maioria da sociedade que nos rodeia, torna-se mais "fácil" de ser cumprido. O contrário também é verificável: quando se é minoria em uma sociedade e, principalmente, quando seu comportamento vai de encontro aos costumes locais, a dificuldade de se cumprir estas metas é ainda maior.



Ser muçulmano, no Brasil, é uma tarefa extenuante. Exemplos não faltam: o consumo de carne de porco é proibida, mas em várias ocasiões os brasileiros colocam "porco" na alimentação diária e nem percebem isso. Comer fora de casa, ou até em casa mesmo, é um desafio constante. A época do jejum do Ramadã é outro momento de esforço (Jihad): todos à sua volta estão comendo, bebendo e você tem que se abster de tudo. E tudo isso é possível apenas pela fé em Allah.
Conseguir realizar as cinco orações diárias e visitar as mesquitas nas sextas-feiras é também muito complicado: a correria do dia-a-dia, o trabalho e tudo o mais inviabiliza que consigamos parar para rezar e, pelo mesmo motivo, não conseguimos ir às mesquitas no meio do dia às sextas-feiras.
Enfim, tudo isso, no entanto, não pode servir de desculpa para não cumprirmos as determinações do Islamismo. Temos que colocar as coisas em perspectivas e estabelecer prioridades que, neste caso, tem que ser Allah.

Especifiquemos agora o caso do jejum do mês de Ramadã. Do nascer ao pôr do sol não se deve consumir nenhum alimento, nem bebida, nem mesmo a água, além de se abster das relações sexuais. Particularmente no meu caso o mais difícil é não beber nada. Em todos os locais em que trabalho (sou professor) as pessoas estão comendo algo, bebendo e oferecendo. Além de se abster dos alimentos e das bebidas, percebo que a prática do jejum traz a mim mais calma, eu falo menos, manifesto-me menos e as pessoas acham estranho. Normalmente eu sou uma pessoa expansiva, que sempre está no meio de conversações e brincadeiras. No mês sagrado de Ramadã, por outro lado, torno-me uma pessoa mais introspectiva e "polêmica". A falta de alimentos diminui nossa energia e naturalmente falamos e nos mexemos menos. As pessoas acham estranho este comportamento e sempre perguntam o que está acontecendo de diferente. Sempre me oferecem algum alimento ou chamam para uma situação em que iremos nos alimentar e também acham estranho quando eu nego.
Mas isso torna-se uma oportunidade de divulgação do Islamismo: ao me abster de comer e beber tenho a oportunidade de falar que estou de jejum, que é um jejum religioso, que sou muçulmano e como funciona o jejum de Ramadã. As pessoas acham estranho encontrar um muçulmano (particularmente acho que acham até temeroso), mas surge então a oportunidade de esclarecer o verdadeiro Islã, que nada tem a ver com terrorismo, fanatismo ou machismo tão vinculados na mídia.
Eu já fiz o jejum no verão e no inverno; no calor e no frio; trabalhando e de férias; cada época tem sua dificuldade mas também sua vantagem: no inverno ele termina mais cedo, por volta das 17:30, mas em compensação é necessário acordar mais cedo para tomar a refeição preparatória. No verão é o inverso: tem o problema do calor mas começa mais tarde. No frio a falta de alimentos aumenta a sensação de frio e no calor....bem, no calor o que faz falta mesmo é a água.

No meu caso especial sinto mais falta de bebidas do que de alimentos....mas já me acostumei a me abster e já não sofro muito com o jejum. Existem muitas vantagens no mês de Ramadã: damos mais valor aos alimentos e à água; entendemos o sofrimento daqueles que nada têm para comer; tornamo-nos mais introspectivos e serenos, envolvemo-nos menos em frivolidades e polêmicas. Enfim, é um momento único de concentração, devoção e de reforçar a fé em Allah. Como respondi a uma colega que me perguntou como eu consigo ficar sem comer nada nem beber: a Fé.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Resposta a uma leitora que acusou o Islamismo de ser machista

Comentário dela seguido das minhas respostas:


A leitora do meu blog Annie Bitercourt postou o seguinte comentário no meu artigo "A Mulher Muçulmana - Mais um enfoque na questão feminina no Islamismo":

Por que o homem tem direito a 4 mulheres mas não pode o contrário? E aquela história de quando uma mulher está menstruada não pode ir na Mesquita porque a consideram suja? Eu conheço vários árabes, e na experiência próxima a mim uma jovem, árabe e muçulmana, inteligentissima, formada e tudo, após se casar simplesmente a deixam reclusa cuidando de um filho. Por que ela não pode trabalhar tbm e o marido cuidar do filho pra variar? Na hora de fazer precisou dos 2. E não é só essa conhecida minha, tenho diversos exemplos que poderia passar o dia citando. O islam é machista sim, assim como qualquer religião.

Senti-me, então, compelido a respondê-la e achei também interessante compartilhar tanto as questões dela quanto as minhas resposta, caso seja a opinião de outras pessoas. Seria interessante sabermos sobre isso. Eis aqui as minhas respostas:
Annie Bitencourt....vou tentar responder suas questões e quiçá transformar a resposta em uma nova postagem....
1- A permissibilidade do homem se casar quatro vezes e a mulher não surgiu nos primeiros tempos do Islamismo. Com inúmeras guerras onde muitos homens morriam, e em um momento em que as mulheres não tinham a independência econômica e profissional que têm hoje, a única saída era se casar novamente, para não caírem na mendicância ou na prostituição. Por isso foi permitido que um muçulmano se casasse com mais de uma mulher, com as viúvas dos muçulmanos mortos em combates religiosos. Isso não foi estendido às mulheres porque isso poderia causar confusão nas descendências: um homem com quatro mulheres deve ser o pai de todos os filhos e filhas gerados pelas suas mulheres, ao passo que uma mulher com vários esposos não saberia (pelo menos não em uma época sem os "testes de paternidade") quem era o pai. Mas a poligamia tem as suas regras: a primeira mulher tem que autorizar um novo casamento e as condições devem ser as mesmas para todas as mulheres. Devo deixar claro que este era um costume antigo que está em desuso. Apenas em locais mais tradicionais, com uma sociedade mais fechada, esta prática ainda é levada a cabo.
2- Sobre a mulher suja em uma mesquita, isso me parece um pouco óbvia. Um homem sujo pela prática do ato sexual (isto é, se ele praticou ato sexual e não se lavou) também é impossibilitado de entrar na mesquita. Aliás todos devem se lavar, menstruadas ou não, antes de entrar para a reza na mesquita. A limpeza antes de entrarmos na mesquita vale para homens e mulheres e não se resume à mulher menstruada. Quero aqui aproveitar para falar sobre o fato de homens e mulheres ficarem separados na mesquita: não se trata de misoginia, mas um raciocínio lógico: a reza pressupõe genuflexões e agachamentos que, se fossem feitos com homens e mulheres no mesmo lugar, poderiam com certeza desviar a atenção de ambos da oração. Portanto não é discriminação, mas pensamento lógico e prático.
3- Sobre a jovem formada e competente que fica em casa cuidando do filho, isso não é uma obrigação islâmica de forma alguma. Aliás a religião islâmica foi a primeira a incentivar a liberdade feminina, o estudo e o direito ao divórcio e à herança em uma época em que as mulheres eram submissas a seus maridos entre cristãos europeus. Mais uma vez estamos falando de um pensamento regionalista, uma questão de costumes conservadores de uma determinada família ou de uma determinada região do país. Não podemos confundir costumes locais ou familiares com determinações religiosas. O Alcorão não prescreve a mutilação genital feminina, pelo contrário, isso era um costume local e não uma determinação religiosa.
A moça em questão tem total direito a estudar e colocar em prática profissional os seus conhecimentos, assim como o marido deve ajudá-la nos afazeres domésticos e no cuidado com os filhos. O Islamismo não determina que "lugar de mulher é em casa cuidando dos filhos", muito pelo contrário.
Para completar o Islamismo não é machista. Como disse antes: em uma época em que as mulheres eram juridicamente submissas aos homens, o Islã deu a elas o direito de pedir divórcio, de herdar bens sem a necessidade de homens, de irem à escola, à mesquita e etc. Não confunda o costume de uma parcela com o que a religião prega. Diz o Alcorão:

''Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d'Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa.'' (Alcorão Sagrado 33:35).

Espero que tenha esclarecido algumas questões.....mas sempre podemos abrir novos pontos de raciocínio. Obrigado Annie.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Jesus no Islamismo - Parte 2

A diferença do Jesus "Cristão" para o Jesus "Muçulmano":

Diferentes Pontos de Vista cristãos sobre Jesus:

Atualmente, pode causar surpresa pensar que um cristão aceite outra descrição de Jesus além de "Ungido de Deus" ou "Salvador", porém, Négus (o rei da Abissínia) conhecia os argumentos teológicos que se debatiam entre várias seitas cristãs desde o princípio, se dividiram em duas correntes: por um lado, aqueles que seguiram a religião de Jesus e por outro aqueles que seguiram uma religião próxima de Jesus.
A primeira esteve composta por seus discípulos, os quais viviam como judeus, acreditavam em um único Deus e seguiam a Lei de Moisés, a qual Jesus "não veio para revogar, mas cumprir" (Matheus - 5:17), foram conhecidos como Arianos. Ário era um bispo do norte da África que deu ênfase à natureza humana de Jesus. A segunda corrente esteve encabeçada por Paulo, um orador carismático que nunca conheceu pessoalmente Jesus; eram conhecidos como Paulinos, eles focaram seus esforços em converter os judeus e em desenvolver uma teologia afastada do Antigo Testamento, que incluía a crença em uma trindade, os conceitos associados de pecado original e expiação, davam ênfase em Jesus como "filho" de Deus e o dogma central da (suposta) crucificação e ressurreição de Jesus.



O Concílio de Niceia:

As divergências entre estas e outras seitas haviam aumentado de tal forma durante o século IV que o imperador Constantino decidiu convocar o Concílio de Niceia (Iznik, Turquia) no ano de 325 d.C., onde os bispos do mundo cristão se reuniram pela primeira vez para debater a doutrina cristã, dando lugar à crença de uma trindade: "Pai, Filho e Espírito Santo". Os bispos que estiveram em desacordo foram declarados hereges, suas publicações foram proibidas e os evangelhos que apoiavam seus argumentos foram queimados. Isto marcou o nascimento da Igreja Católica Romana, a religião oficial do Império Romano.
Dezenas de evangelhos e outras escrituras que eram usadas com liberdade e que apresentavam uma visão alternativa de Jesus foram destruídas. Somente quatro foram incluídas no Novo Testamento, junto com muitos dos escritos de Paulo.
Apesar deste intento totalitarista de alcançar a "unidade religiosa", um pequeno número de seitas cristãs que se opuseram conseguiram sobreviver junto com alguns evangelhos alternativos que estiveram cuidadosamente ocultos, e que não saíram à luz até o século XX. As tribos germânicas da Europa se converteram diretamente ao cristianismo ariano ao invés do cristianismo romano. E um sentimento de desconfiança entre elas impulsionou mais tarde a Reforma Protestante e o estabelecimento de uma igreja unitária. Deu um ponto de vista histórico, as principais diferenças religiosas entre muçulmanos e cristãos são, em sua maioria, as que existiram entre os mesmo cristãos desde o início. Diferenças quanto à natureza e à missão de Jesus, sua relação com Deus e sobre a melhor forma de respeitá-lo e seguir seu exemplo.

Filho de Maria: Não "Filho" de Deus:

O Alcorão ensina o monoteísmo puro e simples: fé em um único Deus, Criador e Sustentador do Universo. Um Ser Supremo sem companheiros nem associados nem familiares. Não existe o conceito de intermediários no Islamismo, seja como sacerdote ou salvador, que deva interceder entre o ser humano e seu Criador. O Islamismo considera que a visão cristã na qual Jesus é "idolatrado" enquanto que Deus é "humanizado", obscurece o inestimável papel de Jesus como mestre e modelo. Ao mesmo tempo em que subestima imensamente a transcendental majestade de Deus. Para os muçulmanos é impossível que o Criador do Universo, o Todo Poderoso possa aparecer em qualquer forma humana, completa ou parcial, limitado pelo tempo e espaço.
O Alcorão, como a Bíblia, confirma que Jesus não teve pai humano, porém não aceita que isto o converta em filho de Deus como não aconteceu com Adão, que também foi criado sem pai nem mãe. Mas sim "quando decide um assunto, basta-lhe dizer: Sê. E é" (Alcorão - 3:47).
É interessante recordar que o termo Jesus é empregado frequentemente no Evangelho do Novo Testamento como "filho do homem" (em hebraico. literalmente, o "filho de Adão"), um termo que para os muçulmanos enfatiza sua natureza humana. A frase "filho do homem" também aparece no Antigo Testamento, conde ressalta a insignificância que o homem é ante Deus. (Jó - 25:4/6 e Salmos - 8:3/5).

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Comemoração do Eid Al Fitr - O Final de Ramadã

Neste 17 de julho de 2015 comemoramos o final de Ramadã com uma reza emocionante e um café da manhã delicioso:

Apresentação da Mesquita de Santo Amaro durante o Takibiratil 'Id, a reza do final de Ramadã:


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Eid Al Fitr - Festa de Fim do Ramadã

O final do mês de Ramadã é celebrado com uma festa em comunidade:

Dia de visitar a mesquita e celebrar os esforços e conquistas do mês de jejum.


O Ramadã é considerado o mês mais alegre do ano, que termina com a maior celebração de todas: a quebra do jejum, Eid al-Fitr. Em todo o mundo, os muçulmanos celebram com luzes e decorações.
Celebra-se no primeiro dia do mês de Shawwal, o décimo mês do calendário islâmico.
O Eid começa com uma oração comunal no meio da manhã, realizada a princípio nas mesquitas, porém pode ser realizada em praças ou nas casas, quando o espaço nas mesquitas não for suficiente.
Antes do início da oração a congregação recita o Takbir, uma prece que glorifica a grandeza de Deus. Depois da oração segue-se um sermão (khutba) e uma oração especial que pede perdão e ajuda a todos os muçulmanos do mundo.
É tradição a realização de um grande almoço (o primeiro almoço que os muçulmanos tomam após o jejum diurno de um mês), geralmente na casa de um parente mais velho. É tradição, também, em alguns países árabes, as pessoas trocarem presentes entre si.
O primeiro Eid al-Fitr foi celebrado em 624 pelo profeta Muhammad e seus familiares e amigos em regozijo pela vitória na Batalha de Badr.
Durante a celebração, as pessoas vestem suas melhores roupas, decoram suas casas com luzes, proporcionam divertimento às crianças e visitam os amigos e a família.
Para muitas pessoas, um senso de generosidade, de gratidão e de boas maneiras é o principal tema do Eid al-Fitr e são muito importantes para o Ramadã. O mês sempre consistirá no auxílio dos muçulmanos na alimentação dos pobres e nas contribuições para suas mesquitas.
Quando os muçulmanos terminam o mês do jejum, partem com muitos benefícios que o Ramadã deixa para trás.
De acordo com a tradição muçulmana, o Ramadã:
  • Fortalece o vínculo da pessoa com Alá e educa a alma a observar as obrigações de devoção de acordo com os ensinamentos do Alcorão;
  • Impõe paciência e determinação;
  • Desenvolve o princípio da sinceridade, afastando o ser individual da arrogância e da vaidade;
  • Desenvolve o bom caráter, em especial a honestidade e a confiança;
  • Encoraja o indivíduo a deixar os maus hábitos e mudar suas circunstâncias para melhor;
  • Intensifica a generosidade, a hospitalidade e o dom da caridade;
  • Reforça os sentimentos de unidade e irmandade entre os muçulmanos;
  • Suscita ordem e cumprimento rigoroso dos valores do período;
  • Serve como uma oportunidade para as crianças executarem a obediência e praticarem as leis islâmicas de adoração;
  • Oferece a chance de equilibrar a atenção da pessoa tanto para as necessidades físicas como para as espirituais.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Noite do Decreto

As dez últimas noites do mês de Ramadã:


(Vídeo explicativo sobre a importância deste período)



Dentro da tradição islâmica as últimas dez noites do mês de Ramadã são as mais importantes e abençoadas de todo o ano. O motivo: em uma destas noites o profeta Mohammad (Maomé) recebeu a visita do arcanjo Gabriel pela primeira vez, no ano de 610 d.C. Nesta noite foram revelados os cinco versículos que comporiam mais tarde a surata (capítulo) 96 do Alcorão, chamado "O Coágulo" (Al Alac). Nestes versículos Deus diz a Mohammad: "Recita, em nome do do teu Senhor que criou, criou o homem de um coágulo. Recita, que o teu Senhor é Generosíssimo. Que ensinou através do cálamo. Ensinou ao homem o que este não sabia".

A partir desta revelação Mohammad se tornou o profeta do Islamismo. Nos próximos 23 anos ele será o guia da Nação muçulmana e daí para sempre será reconhecido como um ser humano abençoado e escolhido por Deus como o último profeta enviado aos seres humanos.
Na surata 97 Deus revela a Mohammad o verdadeiro significado desta "Noite do Decreto": "Sabei que revelamos o Alcorão na Noite do Decreto. E o que te fará entender o que é a Noite do Decreto? A Noite do Decreto é melhor do que mil noites. Nela descem os anjos e o Espírito (Anjo Gabriel), com a anuência do teu Senhor, para executar todas as Suas ordens. Ela é paz até o romper da aurora".
Por estes motivos estas últimas dez noites devem ser reservadas a uma dedicação ainda maior de todos os muçulmanos. Eles que vêm cumprindo o Ramadã e seu jejum devem redobrar seus esforços e sua caridade nestes últimos dias

No calendário gregoriano este período será entre 07 e 17/07/2015.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Por que os Muçulmanos jejuam neste Mês?

Jejum de Ramadan (Saum)
Vídeo explicativo no final


Uma outra característica moral e espiritual do Islã é a instituição prescrita do jejum. Na sua definição literal, o Jejum significa abstinência completa de comer, beber, ter relações íntimas, e fumar no espaço de antes da alvorada até o pôr do Sol, durante todo o mês de Ramadã que é o nono mês do ano Islâmico. Mas seria um grave erro restringir o sentido do jejum Islâmico a essas definições literais.

Ao introduzir esta instituição sem par, o Islã plantou uma arvore de virtude infinita e frutos inestimáveis. Eis algumas explicações do significado espiritual do Jejum Islâmico.

1. Ensina ao homem o princípio do amor sincero porque se este respeitar o Jejum, provará o seu amor profundo a Deus. E quem ama Deus sinceramente sabe deveras o que é o amor.
2. Confere ao homem um sentido criador de Esperança e uma atitude otimista perante a realidade; porque fazendo Jejum, este espera agradar a Deus e procura a Graça d’Ele.
3. Dá ao homem uma genuína virtude de devoção ofensiva, de honesta dedicação e aproxima-o de Deus; porque é por Deus e por amor d’Ele que o homem faz Jejum.
4. Cultiva no homem uma consciência vigilante e sã; porque a pessoa faz Jejum em privado assim como em publico. Com respeito ao Jejum, nomeadamente, não há nenhuma autoridade mundana a controlar o comportamento da pessoa ou a obrigá-la a respeitar o Jejum. Esta faz Jejum para agradar a Deus e satisfazer a sua consciência de crente, em particular e em publico. Não existe melhor método para cultivar uma consciência sã.
5. Incentiva no homem a paciência e o altruísmo; porque, ao fazer Jejum, a pessoa sente o sofrimento da privação, mas resiste com paciência. É verdade que essa privação é só temporária; no entanto, sem duvida nenhuma é uma experiência que faz com que a pessoa compreenda o grave efeito deste sofrimento nos que talvez careçam dos bens essenciais durante dias ou semanas e alguns até meses inteiros. O sentido social e humanitário desta experiência é fazer com que essa pessoa simpatize com os seus sentimentos e satisfaça as necessidades deles mais depressa do que qualquer outra. E esta é uma expressão eloquente de altruísmo e verdadeira simpatia.
6. É uma verdadeira lição de aplicação da moderação e força de vontade. Quem fizer Jejum corretamente pode com certeza disciplinar os seus desejos apaixonados e colocar o seu ser acima das tentações físicas, Tal é o homem de personalidade e caráter, de vontade e determinação fortes.
7. Dá ao homem uma alma transparente para transcender, uma mente clara para pensar e um corpo leve para se mover e agir. Tudo isso é o resultado infalível dum estomago leve, o que tem sido comprovado pelas instruções medicas, regras biológicas e experiência intelectual.
8. Ensina ao homem uma nova maneira de fazer poupança judiciosas e planificar corretamente os gastos; porque a redução de comida e das refeições implica normalmente poupança de dinheiro e energia. É um curso espiritual de economia domestica e planificação dos gastos.
9. facilita ao homem o domínio da arte da adaptabilidade madura. Podemos compreendê-lo facilmente se notarmos que o Jejum faz mudar inteiramente o curso da vida diária. Por causa desta mudança, o homem adapta-se naturalmente a um novo sistema e reage para corresponder as novas condições. Com o tempo, desenvolve-se nele um judicioso sentido de adaptabilidade e uma força espontânea de superar as dificuldades imprevista da vida. Quem apreciar a adaptabilidade construtiva e a coragem avaliara desde já os efeitos do Jejum a esse respeito.
10. Cultiva no homem a disciplina e a sobrevivência saudável. Ao respeitar o curso regular do Jejum nos dias seguidos do mês sagrado e nos meses sagrados ano após ano, a pessoa submete-se com certeza a uma alta forma de disciplina e a elevado sentido da ordem. Da mesma maneira, ao aliviar o estomago, relaxando o aparelho digestivo, a pessoa assegura não apenas o corpo mas também a alma, contra o perigo resultante dum estomago sobrecarregado. Ao relaxar-se desta maneira, o homem assegura-se de que seu corpo vai sobreviver longe das perturbações e desordens habituais, e a sua alma não deixara de brilhar em paz e pureza.
11. Cria no homem o verdadeiro espírito de dedicação social, de unidade, fraternidade e de igualdade perante Deus assim como perante a Lei. Tal espírito emana naturalmente do fato da pessoa que Jejua sentir que pertence a sociedade muçulmana toda (Ummah), por cumprir o mesmo dever da mesma maneira e ao mesmo tempo, pelas mesmas razões e com o mesmo intuito. Nenhum sociólogo poderá afirmar ter existido em qualquer período da historia alguma coisa comparável a esta notável instituição do Islã.
12. É uma prescrição divina para readquirir a confiança em si próprio e exercer o auto-controle, para assegurar a vitória e a paz. Estes resultados nunca deixam de ser manifestar como viva realidade na alma de quem saber fazer o Jejum. Se o fizer corretamente, a pessoa poderá controlar-se, comandar totalmente as sua paixões, disciplinar os seus desejos e resistir a todas as tentações do mal. Por conseqüência, será capaz de readquirir a confiança em si próprio, de recuperar a dignidade e integridade e de se libertar do cativeiro do mal. Obtendo isso tudo, a pessoa consegue a paz da alma, que é a fonte da paz permanente com Deus, e portanto com todo o Universo.