Blog destinado ao estudo do Islamismo e a desmistificação de preconceitos. Com toda a minha limitação, procuro a ajuda de Deus para tornar a religião Islâmica mais conhecida e respeitada por todos, muçulmanos e não-muçulmanos. Com o mundo dinâmico do século XXI, a internet tornou-se uma ferramenta indispensável na divulgação e no esclarecimento do Islamismo, onde podemos alcançar pessoas que de outra forma jamais teríamos contato. Este é o objetivo deste blog.
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quinta-feira, 26 de novembro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Je ne suis pas Charlie
O caso de Paris e o verdadeiro Islã:
Islamismo e Terrorismo não são sinônimos.
Je ne suis pas Charlie:
Passaram-se
alguns dias dos eventos trágicos de Paris e muitas coisas foram ditas e
mostradas a respeito. Em alguns momentos surgiram sentimentos islamofóbicos, em
outros, mentes mais sensatas soube-se separar o joio do trigo. Mas na verdade
podemos dizer que os muçulmanos puderam expressar seus reais sentimentos e suas
reais convicções a respeito? Não, não puderam mesmo. Em um caso como este
podemos dizer que ambos os lados estão errados, que os dois cometeram excessos
e não respeitaram valores básicos, como o respeito aos símbolos religiosos e à
vida humana.
O erro de Charlie:
existe uma diferença muito tênue entre discordar e desrespeitar. Vem à minha
mente neste momento o famoso caso em que o rei espanhol Juan Carlos disparou contra
o presidente venezuelano a frase “por qué
não te callas?”. Naquela época o caso foi tratado de maneira mais jocosa do
que política, mas era também clara nas palavras do então primeiro-ministro
espanhol José Luiz Zapatero: “se puede
estar nas antípodas das posiciones ideológicas, más é necessário respecto”.
Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, havia criticado de maneira grosseira o
antecessor de Zapatero, José Maria Aznar, ao que Zapatero rechaçou, apesar de
também ser seu crítico: Aznar fora eleito pelo povo espanhol, era um
ex-primeiro-ministro e merecia respeito. Diante da insistência de Chávez nas
críticas, o rei espanhol mandou-lhe calar. O caso aqui pode servir para os
cartunistas do Charlie Hebdo: eles realmente têm o total direito de discordar
do Islã, dos terroristas e de tudo que quiserem, mas precisam respeitar os
símbolos religiosos, entre os quais o profeta Maomé e o Alcorão.
Se
a intenção do jornal é criticar o fanatismo, o terrorismo e a intolerância,
então que retratassem os responsáveis por este ato e não um profeta que ao
longo de sua vida jamais foi fanático ou terrorista, muito menos intolerante.
Durante toda sua vida, toda vez que era insultado ou ofendido, Maomé reagia de
maneira pacífica, chamando ao diálogo e propondo discussões construtivas;
jamais ordenou que se matasse ou que se destruísse nada que o ofendesse. Assim,
estes cartunistas que, ao criticar o fanatismo, usam imagens do profeta do Islã
ou do livro sagrado estão agredindo gratuitamente um inocente quanto a tudo
isso.
Maomé não se pinta e não se atribui falas
fictícias: muitas pessoas não conseguem entender porque desenhos
representando Maomé podem gerar tanta fúria por parte dos muçulmanos; e não
apenas desenhos: há uma lista extensa de livros que foram considerados
blasfemos por terem Maomé como personagem. O fato é que o Islã não permite que
se desenhe Maomé ou que se atribua a ele qualquer diálogo, ainda que a intenção
seja boa. E por quê?
Os
muçulmanos ao longo de toda a vida do profeta Maomé anotavam tudo o que ele
fazia ou falava no tocante da religião. Surgiram, assim, a sunnah e os hadiths do
profeta, ou seja, tudo o que Maomé falava ou fazia no que se referia à
religião. Estas tradições do profeta foram transferidas de geração em geração
por uma corrente de estudiosos, de modo que tudo que um muçulmano atribui a
Maomé só pode ser o que ele de fato falou ou fez. Seria semelhante a um
trabalho acadêmico: ninguém pode citar frases sem citar as fontes. Da mesma
forma, tudo que se atribui a Maomé tem que ser comprovado pelos transmissores
da sunnah ou do hadith. Sendo assim, não há atribuição de frases que Maomé não
tenha de fato falado e que tenha sido anotado pelos seus seguidores. Seguindo este
exemplo, também não se podem reproduzir imagens de Maomé: todos que forem a uma
mesquita jamais encontrarão desenhos e muito menos imagens de Maomé. Em primeiro
lugar quer-se evitar uma idolatria semelhante à que aconteceu com Jesus pelos
cristãos; em segundo lugar, como não havia máquinas fotográficas na época,
ninguém sabe ao certo como era Maomé e tentar reproduzi-lo seria incorreto e
nada incorreto pode se relacionar a um profeta de Deus.
Por
todos estes motivos, retratar o profeta ou atribuir-lhe falas que não provêm da
Sunnah é errado, ainda que a intenção seja boa. Imagine-se, então, no caso
desta revista francesa que, ainda que criticasse algo merecidamente criticável –
o terrorismo – usava símbolos sagrados do Islã.
Terrorismo e Islamismo não combinam:
quem realmente conhece a religião islâmica sabe que a morte de inocentes é um
pecado da pior espécie. Várias passagens do Alcorão deixam claro que todo aquele
que mata um inocente é como se estivesse matando toda a humanidade, ao passo
que aquele que salva um inocente é como se estivesse salvando toda a
humanidade. Acontece que o mundo islâmico, do ponto de vista político, vem
sendo dilacerado de todas as formas ao redor do mundo. Desde que os Cruzados
invadiram de forma tão violenta e anticristã a Terra Santa, tentando tomar para
si a cidade de Jerusalém, patrimônio de três fés, abriu-se uma fenda incurável
entre muçulmanos, cristãos e judeus, que até hoje marcam a História. E é
exatamente nestas fendas que extremistas “pescam” terroristas, usando interpretações
equivocadas da religião, escolhendo versículos retirando-os do contexto e
cometendo um pecado imperdoável, que a o assassinato de inocentes, seja de que
religião for.
O futuro do Islã: o Islã não precisa de
defesa, tampouco Maomé e muito menos Deus. O que os muçulmanos revoltados com o
Charlie Hebdo argumentam é o desrespeito aos nossos símbolos, atribuindo
imagens e falas incongruentes com a verdadeira religião. Mas daí a cometer
assassinato é uma distância muito longa. Ainda que os cartunistas não se
enquadrem na categoria de “inocentes”, mais vale seguir o exemplo do profeta: o
diálogo, o discurso. E se tudo isso falhar, o processo, as leis do país, ainda
que se perca uma, duas, três ou “n” causas.
O
futuro do Islã é glorioso, como o Alcorão mencionou. Não só porque é a religião
que mais cresce no mundo, mas porque seus princípios são de paz, tolerância e
preparo do ser humano para tudo que lhe faz bem e o afastamento de tudo que lhe
é prejudicial. A religião islâmica é de paz – sim, de paz, sem ironias – e por
mais que os noticiários e os terroristas façam parecer o contrário, sempre
podemos recorrer ao Alcorão, à Sunnah e ao Hadith para saber realmente o que é
o Islã e o que são os muçulmanos.
Não
somos 1,4 bilhão de pessoas com bombas amarradas na cintura prontos a nos
explodir a qualquer momento.
Somos
1,4 bilhão de pessoas clamando: Allaho
Akbar – Deus é Grande!
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Mitos a respeito do Islamismo
Algumas questões que ficaram mal resolvidas:
Por que o Islamismo é uma religião violenta?
Para começo de conversa o Islamismo não é uma religião violenta. O que acontece é que o Islamismo aparece na mídia sempre vinculado a algum momento de violência, que nem sempre tem relação com a religião. Daí fica a impressão de que tudo é violento nesta religião.
Mas o Islamismo surgiu através da guerra, usando a violência, portanto é violenta, não é?
Não é não. Para se ter uma ideia quem fez uso da violência foram os politeístas que não queriam aceitar as ideias de Maomé e perseguiam os muçulmanos. Maomé e os primeiros muçulmanos foram obrigados a fugir para outro lugar e, mesmo assim, os líderes de Meca moveram guerras para tentar matar Maomé e impedir o avanço do Islamismo. Foram dez anos se defendendo e usando das batalhas um meio de defesa da religião. Portanto o uso da violência ocorreu contra o Islamismo.
No entanto, o Islamismo força as pessoas a se converterem, caso contrário são mortas, não é?
Não é não, de novo. Esta é uma impressão difundida pela mídia, que consideram alguns atos isolados como forma universal, ou seja, como se todos os muçulmanos agissem da mesma forma, o que não é verdade. Para se ter uma ideia, no Alcorão há um versículo dizendo: "Não há imposição quanto à religião, pois a verdade já foi destacada do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo" (Capítulo 2, Versículo 256).
Por que o Alcorão fala tanto em sangue, matar e morrer e opressão?
Com certeza esta é a opinião de quem jamais leu o Alcorão. Para se ter uma ideia, existe um versículo conhecido como "Versículo do Trono", pois resume a essência de Deus e sua religião de forma sublime. Ele diz: "Deus! Não há mais divindade além d'Ele, Vivente, Subsistente, a Quem jamais alcança a inatividade ou o sono; d'Ele é tudo quanto existe nos céus e na terra. Quem poderá interceder junto a Ele, sem a Sua anuência? Ele conhece tanto o passado como o futuro, e eles (humanos) nada conhecem da Sua ciência, senão o que Ele permite. O Seu Trono abrange os céus e a terra, cuja preservação não O abate, porque é o Ingente, o Altíssimo" (Capítulo 2, Versículo 255).
Seja como for, o Islamismo oprime a mulher e a obriga a usar o véu. Isso é verdade, não é?
Não é não, pela terceira vez. Para se ter uma ideia, a mulher cristã sempre foi mais oprimida do que as mulheres muçulmanas: as muçulmanas podem escolher seus maridos, podem pedir o divórcio e podem herdar bens, o que só aconteceu com as mulheres cristãs, por exemplo, em um momento bem recente. Agora, o problema é que só se noticia casos em que as mulheres sofrem abusos dos homens, o que não é apoiado pelo Islamismo, mas trata-se de exceções. Daí toma-se a exceção pela regra, confundindo-se tudo. Quanto ao véu, foi uma exigência feminina, pois com o véu elas se resguardam dos olhares cobiçosos e maliciosos e são admiradas pelo que pensam também. As mulheres não são apenas pedaços de carne, como são nos países ocidentais, onde a mulher é usada e abusada como um objeto descartável nos dias de hoje.
Por que apenas o Islamismo é terrorista, perseguindo e odiando as demais religiões?
Isto não é verdade. Para começo de conversa, quem disse que apenas o Islamismo é terrorista? O que dizer, por exemplo, dos grupos católicos e protestantes que se digladiavam na Irlanda do Norte? E sobre o ódio para outras religiões e perseguição, parece que não considerou, por exemplo, o período das Cruzadas, onde os cristãos saíram da Europa para perseguir e lutar contra o Islamismo no Oriente Médio. E as inúmeras guerras religiosas da Europa durante a Reforma Protestante dos séculos XVI e XVII. Enfim, infelizmente em várias épocas encontramos pessoas de diferentes religiões que perseguem outras pessoas por conta da religião. Já vimos também que o Alcorão proíbe a conversão forçosa das pessoas ao Islamismo, pois apenas as conversões voluntárias são válidas.
Como posso conhecer melhor o Islamismo?
Existem inúmeras maneiras. Pela internet mesmo existem vários sites que nos ensinam muito. Além disso, qualquer mesquita está aberta a receber todos, orientar e eventualmente emprestar livros sobre o Islamismo. Para todos os efeitos, o Alcorão é a principal fonte de conhecimentos do Islamismo e já está disponível em português. Neste blog mesmo já existem alguns capítulos postados. Quem quer conhecer encontra sempre um caminho para tal. Veja estes dois curtos vídeos que explicam resumidamente os principais aspectos do Islamismo:
Compreenda o Islã e os Muçulmanos - Parte I
Compreenda o Islã e os Muçulmanos - Parte II
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O Islamismo e o Terrorismo: quebrando os preconceitos da mídia
Saber diferenciar o Terrorismo do Islamismo nos dias de hoje
O que há de mentiras no que é ventilado pela mídia sobre os muçulmanos:
O
Islamismo e o Terrorismo:
Nos
dias de hoje, na maioria das vezes que ouvimos falar do Islamismo ele está
relacionado com terrorismo, homens bomba e fanáticos religiosos pregando a
morte de infiéis. Além de ser pouco conhecido, alguns mal entendidos com
relação ao Islamismo fazem com que esta religião seja mal compreendida e vítima
de inúmeros preconceitos. Então, aconteceram os atentados de 11 de Setembro de 2001 contra os EUA:
quatro aviões foram seqüestrados por terroristas islâmicos da Al Qaeda e foram
utilizados como mísseis contra pontos estratégicos do país: dois aviões foram
lançados contra as torres do World Trade Center (símbolo econômico americano),
fazendo com que as duas torres desabassem, outro avião foi lançado contra o Pentágono
(símbolo militar americano) e o quarto avião, que se dirigia à capital
Washington, caiu na Pensilvânia após uma tentativa dos passageiros de
recuperarem o avião. Cerca de três mil pessoas morreram e automaticamente o
Islamismo foi associado à intolerância, fanatismo e terrorismo. A mídia
mundial, em sua maioria, transmitia notícias que reforçavam os preconceitos e
não contribuíam em distinguir o Islamismo do Terrorismo.
A
religião islâmica é a que mais cresce no mundo: os muçulmanos já perfazem um
total de 1,5 bilhões de pessoas. Não é certo dizermos que todos os muçulmanos
são terroristas ou fanáticos, pois senão teríamos mais de um bilhão de pessoas
prontas a se explodirem, matando milhares de inocentes. Os problemas
relacionados com o terrorismo provêm de causas políticas, como a disputa por
terras na Palestina e em outros cantos do mundo. O que aconteceu nos EUA foi um
aproveitamento por parte dos líderes da Al Qaeda de um sentimento antiamericano
entre a população dos países do Oriente Médio. O Alcorão, livro sagrado do
Islamismo, proíbe terminantemente o assassinato de pessoas inocentes e defende
que a vida é o bem mais precioso que Deus deu aos homens, proibindo também o
suicídio:
“Ó crentes, não consumais reciprocamente
os vossos bens, ilegalmente; que haja comércio de mútuo consentimento e não
cometais suicídio, porque Deus é Misericordioso para convosco” (Alcorão, capítulo 4, versículo
29).
Existe
uma expressão muito conhecida no Islamismo que é Jihad, que significa “Guerra
Santa”. Ela é muito mal compreendida pelos não muçulmanos, que tendem a ver
neste mandamento divino uma espécie de incentivo para se expandir a religião
islâmica através da violência e do terror. No entanto, isto não é verdade:
jihad não faz referência apenas à luta dos muçulmanos contra as pessoas de
outras religiões. Jihad significa mais do que apenas guerra santa: significa esforço pessoal que todo muçulmano deve
fazer para melhorar a sua vida perante Deus; por exemplo: Deus proíbe o consumo
de bebida alcoólica:
“Interrogam-te a respeito da bebida
inebriante e do jogo de azar; dize-lhes: Em ambos há benefícios e malefícios
para o homem; porém, os seus malefícios são maiores do que os seus benefícios.
Perguntam-te o que devem gastar (em caridade). Dize-lhes: Gastai o que sobrar das vossas
necessidades. Assim Deus vos elucida os Seus versículos, a fim de que mediteis”
(Alcorão, capítulo 2, versículo
219).
“Ó crentes, as bebidas inebriantes,
os jogos de azar, (a cultuação aos) altares de pedra, e as adivinhações com setas são manobras abomináveis
de Satanás. Evitai-as, pois, para que prospereis” (Alcorão, capítulo 5, versículo 90).
No
entanto, caso um muçulmano tenha propensão ao consumo de bebidas alcoólicas, ou
inebriantes, deverá empreender um esforço enorme para fazer cumprir as
exigências de Deus no Alcorão, ou seja, terá que realizar a sua própria jihad para conseguir cumprir os
mandamentos de Deus e melhorar a sua própria vida. Portanto, jihad significa
esforço pessoal de um muçulmano para melhorar sua própria vida, e não apenas guerra santa contra os infiéis, como
somos levados a crer pelas notícias que nos chegam pelas mídias.
A mídia costuma divulgar que todos os muçulmanos são terroristas. Na verdade, ela confunde problemas políticos locais com o que prega a religião islâmica
Mesmo
a guerra santa contra inimigos da fé
só é aceita em casos específicos e apenas
contra os inimigos, jamais permitindo a morte indiscriminada de inocentes,
dentre os quais inúmeras crianças e mulheres. Outra regra islâmica mal
interpretada é a Lei do Talião, que
prega a máxima “olho por olho, dente por
dente”. Temos de ter em mente que esta lei surgiu em uma época remota, onde
os meios de coerção de uma população eram precários. As penas capitais servem
para manter o povo na linha, em uma espécie de exemplo para que atos ruins não
sejam repetidos. Vejamos o que o Alcorão fala sobre ela:
“Quanto ao ladrão e à ladra,
decepai-lhes a mão, como castigo de tudo quanto tenham cometido; é um castigo
exemplar de Deus, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo. Aquele que, depois da
sua iniqüidade, se arrepender e se emendar, saibam que Deus os absolverá,
porque é Indulgente, Misericordioso” (Alcorão,
capítulo 5, versículos de 38 a 39).
“Ó crentes, está-vos preceituado o
talião para o homicídio: livre por livre, escravo por escravo, mulher por
mulher. Mas se o irmão do morto perdoar o assassino devereis indenizá-lo
espontânea e voluntariamente. Isso é uma mitigação e misericórdia de vosso
Senhor. Mas quem vingar-se, depois disso, sofrerá um doloroso castigo. Tendes,
no talião, a segurança da vida, ó sensatos, para vos refreeis” (Alcorão, capítulo 2, versículos de
178 a 179).
Mesmo
estabelecendo a Lei do Talião, o Alcorão impõe também penas alternativas, o
perdão e estabelece um limite para a vingança. Atualmente, na maioria dos
países, não é permitido aos cidadãos realizarem justiça com as próprias mãos,
pois isto cabe ao Estado e ao seu sistema judiciário. Devemos lembrar também
que na Bíblia dos judeus e dos cristãos existem inúmeras passagens semelhantes,
que pregam a vingança e a lei do “olho
por olho, dente por dente”. Nos dias de hoje, apenas em sociedades muito
tradicionais e afastadas dos grandes centros casos é observada a Lei do Talião.
Novamente, não podemos confundir costumes tradicionais de uma região com o que
prega a imensa maioria dos muçulmanos. O fato de o Alcorão ser levado a sério
nos dias de hoje pelos muçulmanos pode gerar grandes mal entendidos, mas o
Islamismo é uma religião que se propõe a apaziguar as relações humanas e não o
contrário. O que não podemos fazer jamais é confundir as ações de algumas
pessoas que são muçulmanas com os demais, ou seja, a partir da ação de alguns
imaginarmos que todos os demais também são terroristas.
Com
relação aos atentados de 11 de Setembro
de 2001, o principal organizador por trás dos atentados foi o milionário
saudita Osama Bin Laden, que fundou uma organização terrorista chamada Al Qaeda. O principal objetivo desta
organização era atacar alvos ocidentais, judaicos e cristãos, por todo mundo,
sobretudo Israel e os EUA. A Arábia Saudita é considerada a Terra Santa do Islamismo, pois lá estão
localizadas as duas cidades mais sagradas da religião islâmica: Meca e Medina. Os terroristas islâmicos consideraram blasfêmia o fato de
tropas americanas e inglesas se estabelecerem no solo sagrado da Arábia e
elegeram estes dois países como principais inimigos da Al Qaeda. Além disso,
historicamente os EUA tendem a apoiar politicamente o Estado de Israel, fundado
em 1948 na região da Palestina: quando a ONU decidiu que Israel seria
estabelecido na Palestina, terra onde os palestinos já estavam estabelecidos, o
que causou uma onda de violência que persiste na região até os dias de hoje; e
como os EUA, desde 1948, apóiam o estado judaico, os terroristas islâmicos escolheram
os americanos e seus cidadãos como o principal inimigo a ser atacado.
O
que os terroristas fazem, na verdade, é utilizar algumas regras do Alcorão para
atender os seus interesses, mas fazem isso parcialmente, ou seja, utilizam
apenas os versículos que os interessam, sem considerarem o contexto geral em
que estão inseridos. Então, exploram as situações calamitantes da maioria dos
países islâmicos, como a pobreza e a opressão dos regimes totalitários, para
recrutar pessoas para serem terroristas. Os líderes terroristas são
extremamente covardes ao aproveitar a pobreza e a ignorância das pessoas para
torná-los terroristas. Allah, em nenhum momento, aprova a morte indiscriminada
de inocentes, sobretudo crianças e mulheres, como se tais mortes pudessem
compensar a morte de muçulmanos, em quaisquer condições. Alguns poderão justificar
tais ataques como Lei do Talião, mas
isso também não é correto: esta lei prescreve a vingança contra os próprios
criminosos e não contra outras pessoas inocentes. Assim sendo, não há nenhuma
relação direta entre os muçulmanos e os terroristas islâmicos: milhões de
muçulmanos não podem ser considerados todos terroristas pelas ações criminosas
de alguns muçulmanos que resolveram interpretar o Alcorão de forma a justificar
seus problemas através de ações assassinas.
Conclusão:
De
todas as religiões monoteístas, que adoram o mesmo Deus, o Islamismo foi a
última a surgir, depois do Judaísmo e do Cristianismo. Surgida no ano de 610
d.C., na cidade de Meca, teve como seu profeta Maomé, um órfão comerciante
muito respeitado por toda a sua comunidade. No entanto, após as primeiras
revelações e os ataques duros que o Islamismo fez contra o politeísmo reinante,
a comunidade muçulmana foi perseguida e teve que se refugiar na cidade de
Medina. Dez anos depois, Meca foi reconquistada e o Islamismo se expandiu
rapidamente por toda Arábia, chegando ao Oriente Médio, Norte da África e a
Península Ibérica (Espanha e Portugal). O Islamismo foi a religião que mais
rapidamente se expandiu: em menos de cem anos após a morte de Maomé, a religião
islâmica já estava expandida para regiões longínquas, muito além do seu espaço
original da Arábia.
Em
geral, os muçulmanos respeitavam as religiões das regiões que conquistavam
pelas armas: uma vez que o Islamismo tem a mesma tradição do Judaísmo e do
Cristianismo, reconhecendo os mesmos profetas e com um livro sagrado (Alcorão)
com histórias comuns à Torá e ao Evangelho. Pagando uma taxa, tanto judeus como
cristãos podiam praticar sua religião com total liberdade. Além da liberdade
religiosa, a construção do Império Islâmico possibilitou o florescimento
cultural que garantiu inúmeras obras culturais que se tornaram legados da
humanidade: em uma época em que a Europa estava afundada na Idade Média, após a
queda do Império Romano, os muçulmanos, em convivência com judeus e cristãos,
mantinham os ensinamentos dos antigos gregos e romanos vivos, produzindo novos
conhecimentos e uma cultura rica. Posteriormente, quando os europeus deram
início ao Renascimento e procuraram recuperar o conhecimento da Antiguidade,
foi nas cidades islâmicas que eles buscaram as obras que durante a Idade Média
haviam deixado de lado.
Se o Deus é o mesmo, porque temos que nos matar? Não devemos confundir os problemas mundanos com as crenças religiosas de cada um
Atualmente,
a convivência entre os muçulmanos e os cristãos vive momento delicado: o choque
de culturas diversas vezes provoca preconceito, falta de conhecimento e mal
entendidos. Os muçulmanos, com uma religião rigorosa, que interfere em cada
aspecto de sua vida, por vezes se sentem desconfortáveis em um mundo que parece
ter cada vez menos espaço para Deus. E as culturas com características
diferentes têm enormes dificuldades em conviver em situação de respeito. Para
as novas gerações a tarefa é árdua: conhecer para respeitar; respeitar para
conviver. Somente através do conhecimento podemos abandonar os preconceitos,
respeitar as diferenças e conseguirmos construir um mundo mais tolerante e
capaz de aproveitar o melhor de cada ser humano para que o mundo seja um pouco
melhor, menos violento e que as pessoas sejam julgadas pela sua capacidade e
não pela sua crença ou cor da sua pele. Aceite este desafio e melhore o mundo
em que você vive.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Jihad - Uma coisa muito diferente de Terrorismo
Você sabe o que significa "Jihad"?
Jihad não é sinônimo de terrorismo ou martírio. Saiba o real significado:
O Que é Jihad?
Muitas pessoas quando ouvem a palavra Jihad logo a associam aos terroristas, aos homens-bomba, a Osama Bin Laden e tudo mais que lembre violência. Esta visão contribui para se formar a ideia de que muçulmanos e terroristas são sinônimos, o que não é verdade. Não se pode achar que o comportamento de uma minoria seja o mesmo de uma imensa maioria: a exceção não pode virar regra. Jihad não é sinônimo de luta, de morte, de suicídio ou de ódio a todos que não são muçulmanos: a origem da palavra e o seu conceito são bem diferentes. Observe o significado:
O sentido literal de Jihad é exercer nosso melhor e o maior esforço para conseguir algo. Esta palavra não é o equivalente da palavra guerra, para a qual se usa vital em árabe.
Jihad tem uma conotação muito mais ampla e abrange toda classe de esforços para a causa de Deus. Um Mujahid é o que está sinceramente dedicado a causa de Deus; o que usa todos os recursos físicos, intelectuais e espirituais para servir a esta causa; o que enfrenta a qualquer poder que está no seu caminho; e é o que morre por dita causa quando for necessário. A Jihad no caminho de Deus é nossa luta para ganhar a complacência de Deus, estabelecer a supremacia de Sua religião e fazer prevalecer Sua Palavra.
Um princípio relacionado, que insiste no bom e proíbe o mal —Amr Bi Al-Maruf Wa Nahy An Al-Munkar– procura transmitir a mensagem do Islam e estabelecer uma comunidade islâmica modelo. O Alcorão apresenta a comunidade islâmica como uma comunidade modelo requerida para informar a humanidade sobre o Islam e de como o profeta viveu;
«Temos feito assim de vós uma comunidade moderada, para que sejais testemunhas dos homens e para que o Enviado seja testemunha de vós». (2:143)
A Jihad maior e a Jihad menor. Há dois aspectos de Jihad. Um é lutar para vencer os desejos carnais e as inclinações malignas –a Jihad maior. O outro é alentar aos demais para que consigam o mesmo objetivo –a Jihad menor.
O exército muçulmano regressava a Medina depois de haver derrotado ao inimigo, quando o Mensageiro de Deus lhes disse:
«Voltaremos do Jihad menor ao maior». Quando os Companheiros perguntaram o que era jihad maior, ele disse que era lutar contra o ego carnal.[1]
O objetivo da Jihad é que o crente se purifique dos pecados e por tanto, alcance a verdadeira humanidade. Os profetas foram enviados por este motivo. Deus disse no Alcorão:
“Igualmente vos tenho mandado um Enviado de entre vós para que os recite Nossos versículos, para que os purifique, para que os ensine a Escritura e a Sabedoria, para que vos ensine o que não saiba”. (2:151)
Os seres humanos em algum sentido são como os minerais em bruto com os quais os Profetas trabalham e os purificam e refinam tirando o ciúme de seus corações e ouvidos, tirando as vedas de seus olhos. Iluminada pela mensagem dos Profetas, as pessoas podem entender o sentido das leis da natureza, que são os sinais da Existência a Unidade de Deus e podem penetrar na sutil realidade que se oculta detrás das coisas e os acontecimentos. Só através da orientação dos Profetas podemos conseguir a elevada posição que Deus espera de nós. Além do ensinamento dos sinais, os Profetas também ensinaram a seu povo o Livro e a Sabedoria. Como o Alcorão era a última Revelação ao Último Profeta, Deus se refere ao Alcorão quando diz o Livro e a Sunna quando fala da Sabedoria. Por isso, devemos seguir o Alcorão e a Sunna do Profeta se desejamos sermos dirigidos corretamente.
Muitas pessoas ainda acham que os terroristas representam a maioria dos muçulmanos, quando na verdade isso é uma falácia
O Profeta também nos ensina o que não sabemos de modo que a humanidade siga aprendendo do Profeta até o Dia de Juízo. D'Ele aprendemos como purificarmo-nos dos pecados. Seguindo seu caminho, muitos santos conseguiram sua distinção como tais. Entre eles, Ali diz que sua crença nos pilares do Islam é tão firme que ainda se o véu do desconhecido fosse levantado, sua certeza não aumentaria.[2] Dizem que Abd al-Qadir al-Yilani chegou a compreender os mistérios do sétimo céu. Estes e muitos outros, como Fudayl bin Iyaz, Ibrahim bin Azam e Bishr Al-Jafi bem poderiam haver sido dotados com o dom da Profecia, se Deus não tivesse posto já um selo sobre esta.
As escuras nuvens da ignorância têm sido retiradas de nosso horizonte intelectual mediante a orientação do Profeta Mohamed. A conseqüência da luz que ele trouxe de Deus haverá muitos avances na ciência e na tecnologia.
Jihad é o legado dos Profetas e a Profecia é a missão de elevar aos homens ao favor de Deus purificando-os. Jihad é o nome dado a esta missão profética, que tem o mesmo sentido que testemunhar a verdade. Da mesma maneira que os juizes escutam as testemunhas para dar veredicto em um caso, assim, aqueles que tem realizado a Jihad têm dado testemunho da Existência e a Unidade de Deus enquanto lutavam em Seu caminho.
O Alcorão diz:
“Deus testemunha que não há mais deus que Ele e junto a Ele, também o fazem os anjos e os homens dotados de conhecimento, regendo -Sua criação- com equidade. Não há mais Deus que Ele, o Todo-Poderoso, o Sábio”. (3:18)
. Aqueles que tem realizado a Jihad testemunham também a mesma verdade na corte celestial onde os juízos dos incrédulos terão seu veredicto.
Aqueles que testemunham a Existência e a Unidade de Deus predicam esta verdade nos mais remotos lugares do mundo. Este foi o dever dos Profetas marcados no Alcorão e que de maneira igual deveria ser nossa obrigação:
“Mensageiros portadores de boas noticias e de advertências, para que assim os homens, depois de sua vinda, não tivessem nenhum argumento diante de Deus. Deus é Poderoso e Sábio. Sem duvida, Deus testemunha que o te foi revelado, e tem sido revelado com Seu conhecimento e os anjos dão testemunho disso. E não há uma testemunha melhor que Deus”. (4:165-66).
Deus tem enviado um Profeta a cada pessoa, de modo que cada um possa ter uma idéia da Profecia. Como o término costumava descrever a atividade da Profecia, a jihad está profundamente gravada no coração de cada crente de modo que ele ou ela sinta uma responsabilidade profunda de praticar a verdade a fim de guiar a outros ao Caminho Verdadeiro.
A Jihad menor, normalmente entendida como luta pela causa de Deus, não se refere só a luta militar. O término é amplo, já que inclui cada ação realizada para ganhar o consentimento de Deus. Falar ou permanecer calado, sorrir ou mostrar enfado, se unir a uma reunião ou deixá-la, cada ação realizada para melhorar a humanidade, já seja pelos indivíduos ou as comunidades, está incluída neste sentido.
Enquanto a Jihad menor depende da mobilização de todos os meios materiais e está realizada no mundo externo, a Jihad maior encarna a luta de uma pessoa diante a sua alma carnal. Estas duas formas de Jihad não podem separar-se uma da outra.
O Mensageiro de Deus nos ensinou como realizar ambas formas de Jihad. Estabeleceu os princípios para praticar a verdade que terá aplicação até O Dia do Juízo Final. Quando examinamos o modo em que ele atuou, vemos que ele foi muito sistemático. E isto é realmente outra prova de sua Profecia e um exemplo maravilhoso para seguir o caminho de Deus a través do comportamento.
Os crentes guardarão sua crença vigorosa e ativa por meio da Jihad. Tal como uma árvore mantém suas folhas enquanto amadurecem seus frutos, assim os crentes podem conservar seu vigor quando realizam a Jihad. Sempre se encontrar com um pessimista desesperado, logo te dará conta de que ele ou ela é um daqueles que abandonou a Jihad. Essas pessoas têm sido privadas do espírito, e estão fundidas no pessimismo porque deixaram de predicar a verdade. Qualquer que realize a Jihad incessantemente não perde seu entusiasmo e sempre trata de ampliar seus horizontes. Cada boa ação resulta numa nova, de modo que os crentes nunca fiquem pobres de bondade:
“Aos que lutam por Nós lhes guiaremos ao Nosso caminho, é certo que Deus está com os que fazem o bem” (29:69).
Há tantos caminhos que conduzem ao Caminho Reto como o número de alentos respirados na criação. Qualquer que lute por Sua causa é guiado por Deus a um destes caminhos e está a salvo da perdição. O que é dirigido a Seu Caminho Reto por Deus vive uma vida equilibrada. Eles no sobre-passam os limites em suas necessidades humanas e atividades, como tampouco em sua adoração e outras observâncias religiosas. Tal equilíbrio é o sinal da orientação verdadeira.
Todos os sacrifícios feitos nos enfrentamentos contra os incrédulos opressivos, sem importar quão grande sejam estes sacrifícios, só constituem a Jihad menor dos esforços para cumprir as obrigações religiosas tão perfeitamente como nos seja possível. A Jihad maior é muito mais difícil de levar a cabo, já que requer que lutemos contra nossos próprios instintos destrutivos e impulsos, como a arrogância, o caráter vingativo, a inveja, o egoísmo, a vaidade e os desejos carnais.
Jihad é um esforço pessoal, quando com a ajuda da fé superamos vícios e atos ilícitos. Todos nós temos uma Jihad a travar
Ainda que a pessoa que abandona o Jihad menor é propensa a um pior comportamento espiritual, ainda assim pode recuperar. Tudo no universo elogia e glorifica a Deus com cada alento, um sinal da Existência e a Unidade de Deus. Uma pessoa pode ser orientada ao Caminho Reto por um destes sinais. Por esta razão, dizem que há tantos caminhos que conduzem ao Caminho Reto de Deus como os alentos de todas Suas criaturas. Uma pessoa que se distancia da Jihad menor é vulnerável as debilidades mundanas. O orgulho, o amor pela comodidade e as facilidades podem atrapalhar aquela pessoa. Assim o Profeta, regressando a Medina depois de uma vitória, nos advertiu através de seus Companheiros dizendo: “Voltemos da Jihad menor para a maior”. Os Companheiros foram muito valentes nos campos de batalha e tão sinceros e humildes como os daroeses que rezam ante Deus. Aqueles guerreiros vitoriosos costumavam passar a maior parte de suas noites orando a Deus. Uma vez, quando a noite caía durante a batalha, dois deles tornava-se a guardas. Um deles descansava enquanto o outro rezava. Sendo conscientes da situação, os inimigos lhes lançaram flechas e o que rezava foi alcançado e sangrou profundamente, mas não abandonou a Salat (reza). Quando terminou sua oração, despertou a seu amigo e este lhe perguntou com assombro por que não o havia despertado antes. Então ele respondeu: “Recitava a Surata al-Kahf, e não desejei interromper o estado de prazer profundo no que me encontrava”.
Os Companheiros entravam em transe –como um estado de êxtase – quando rezavam e podiam recitar o Alcorão como se estivesse sendo revelando diretamente a eles. Por isso, não sentiam a dor das flechas que penetravam seus corpos. A Jihad, em todos seus aspectos encontra uma expressão completa neles.
O Profeta combinou estes dois aspectos de Jihad –a menor e a maior -do modo mais perfeito em sua própria pessoa. Ele mostrou uma enorme coragem nos campos de batalha. Ali, uma das figuras mais valentes do Islam, confessa que os Companheiros se refugiaram detrás do Profeta nos momentos mais críticos dos enfrentamentos. Para dar um exemplo, quando o exército Muçulmano sofreu um ataque e começou a dispersar-se na primeira fase da Batalha de Hunayn, o Profeta impôs a seu cavalo até as linhas inimigas e gritou a seus soldados que se retiravam: “Sou um Profeta e não minto! ;Sou o neto de Abd al-Muttalib, e não falto à verdade!”
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