quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O Islamismo e o Terrorismo: quebrando os preconceitos da mídia

Saber diferenciar o Terrorismo do Islamismo nos dias de hoje

O que há de mentiras no que é ventilado pela mídia sobre os muçulmanos:

O Islamismo e o Terrorismo:
Nos dias de hoje, na maioria das vezes que ouvimos falar do Islamismo ele está relacionado com terrorismo, homens bomba e fanáticos religiosos pregando a morte de infiéis. Além de ser pouco conhecido, alguns mal entendidos com relação ao Islamismo fazem com que esta religião seja mal compreendida e vítima de inúmeros preconceitos. Então, aconteceram os atentados de 11 de Setembro de 2001 contra os EUA: quatro aviões foram seqüestrados por terroristas islâmicos da Al Qaeda e foram utilizados como mísseis contra pontos estratégicos do país: dois aviões foram lançados contra as torres do World Trade Center (símbolo econômico americano), fazendo com que as duas torres desabassem, outro avião foi lançado contra o Pentágono (símbolo militar americano) e o quarto avião, que se dirigia à capital Washington, caiu na Pensilvânia após uma tentativa dos passageiros de recuperarem o avião. Cerca de três mil pessoas morreram e automaticamente o Islamismo foi associado à intolerância, fanatismo e terrorismo. A mídia mundial, em sua maioria, transmitia notícias que reforçavam os preconceitos e não contribuíam em distinguir o Islamismo do Terrorismo.
A religião islâmica é a que mais cresce no mundo: os muçulmanos já perfazem um total de 1,5 bilhões de pessoas. Não é certo dizermos que todos os muçulmanos são terroristas ou fanáticos, pois senão teríamos mais de um bilhão de pessoas prontas a se explodirem, matando milhares de inocentes. Os problemas relacionados com o terrorismo provêm de causas políticas, como a disputa por terras na Palestina e em outros cantos do mundo. O que aconteceu nos EUA foi um aproveitamento por parte dos líderes da Al Qaeda de um sentimento antiamericano entre a população dos países do Oriente Médio. O Alcorão, livro sagrado do Islamismo, proíbe terminantemente o assassinato de pessoas inocentes e defende que a vida é o bem mais precioso que Deus deu aos homens, proibindo também o suicídio:
“Ó crentes, não consumais reciprocamente os vossos bens, ilegalmente; que haja comércio de mútuo consentimento e não cometais suicídio, porque Deus é Misericordioso para convosco” (Alcorão, capítulo 4, versículo 29).
Existe uma expressão muito conhecida no Islamismo que é Jihad, que significa “Guerra Santa”. Ela é muito mal compreendida pelos não muçulmanos, que tendem a ver neste mandamento divino uma espécie de incentivo para se expandir a religião islâmica através da violência e do terror. No entanto, isto não é verdade: jihad não faz referência apenas à luta dos muçulmanos contra as pessoas de outras religiões. Jihad significa mais do que apenas guerra santa: significa esforço pessoal que todo muçulmano deve fazer para melhorar a sua vida perante Deus; por exemplo: Deus proíbe o consumo de bebida alcoólica:
“Interrogam-te a respeito da bebida inebriante e do jogo de azar; dize-lhes: Em ambos há benefícios e malefícios para o homem; porém, os seus malefícios são maiores do que os seus benefícios. Perguntam-te o que devem gastar (em caridade). Dize-lhes: Gastai o que sobrar das vossas necessidades. Assim Deus vos elucida os Seus versículos, a fim de que mediteis” (Alcorão, capítulo 2, versículo 219).
“Ó crentes, as bebidas inebriantes, os jogos de azar, (a cultuação aos) altares de pedra, e as adivinhações com setas são manobras abomináveis de Satanás. Evitai-as, pois, para que prospereis” (Alcorão, capítulo 5, versículo 90).
No entanto, caso um muçulmano tenha propensão ao consumo de bebidas alcoólicas, ou inebriantes, deverá empreender um esforço enorme para fazer cumprir as exigências de Deus no Alcorão, ou seja, terá que realizar a sua própria jihad para conseguir cumprir os mandamentos de Deus e melhorar a sua própria vida. Portanto, jihad significa esforço pessoal de um muçulmano para melhorar sua própria vida, e não apenas guerra santa contra os infiéis, como somos levados a crer pelas notícias que nos chegam pelas mídias.
A mídia costuma divulgar que todos os muçulmanos são terroristas. Na verdade, ela confunde problemas políticos locais com o que prega a religião islâmica

Mesmo a guerra santa contra inimigos da fé só é aceita em casos específicos e apenas contra os inimigos, jamais permitindo a morte indiscriminada de inocentes, dentre os quais inúmeras crianças e mulheres. Outra regra islâmica mal interpretada é a Lei do Talião, que prega a máxima “olho por olho, dente por dente”. Temos de ter em mente que esta lei surgiu em uma época remota, onde os meios de coerção de uma população eram precários. As penas capitais servem para manter o povo na linha, em uma espécie de exemplo para que atos ruins não sejam repetidos. Vejamos o que o Alcorão fala sobre ela:
“Quanto ao ladrão e à ladra, decepai-lhes a mão, como castigo de tudo quanto tenham cometido; é um castigo exemplar de Deus, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo. Aquele que, depois da sua iniqüidade, se arrepender e se emendar, saibam que Deus os absolverá, porque é Indulgente, Misericordioso” (Alcorão, capítulo 5, versículos de 38 a 39).
“Ó crentes, está-vos preceituado o talião para o homicídio: livre por livre, escravo por escravo, mulher por mulher. Mas se o irmão do morto perdoar o assassino devereis indenizá-lo espontânea e voluntariamente. Isso é uma mitigação e misericórdia de vosso Senhor. Mas quem vingar-se, depois disso, sofrerá um doloroso castigo. Tendes, no talião, a segurança da vida, ó sensatos, para vos refreeis” (Alcorão, capítulo 2, versículos de 178 a 179).
Mesmo estabelecendo a Lei do Talião, o Alcorão impõe também penas alternativas, o perdão e estabelece um limite para a vingança. Atualmente, na maioria dos países, não é permitido aos cidadãos realizarem justiça com as próprias mãos, pois isto cabe ao Estado e ao seu sistema judiciário. Devemos lembrar também que na Bíblia dos judeus e dos cristãos existem inúmeras passagens semelhantes, que pregam a vingança e a lei do “olho por olho, dente por dente”. Nos dias de hoje, apenas em sociedades muito tradicionais e afastadas dos grandes centros casos é observada a Lei do Talião. Novamente, não podemos confundir costumes tradicionais de uma região com o que prega a imensa maioria dos muçulmanos. O fato de o Alcorão ser levado a sério nos dias de hoje pelos muçulmanos pode gerar grandes mal entendidos, mas o Islamismo é uma religião que se propõe a apaziguar as relações humanas e não o contrário. O que não podemos fazer jamais é confundir as ações de algumas pessoas que são muçulmanas com os demais, ou seja, a partir da ação de alguns imaginarmos que todos os demais também são terroristas.
Com relação aos atentados de 11 de Setembro de 2001, o principal organizador por trás dos atentados foi o milionário saudita Osama Bin Laden, que fundou uma organização terrorista chamada Al Qaeda. O principal objetivo desta organização era atacar alvos ocidentais, judaicos e cristãos, por todo mundo, sobretudo Israel e os EUA. A Arábia Saudita é considerada a Terra Santa do Islamismo, pois lá estão localizadas as duas cidades mais sagradas da religião islâmica: Meca e Medina. Os terroristas islâmicos consideraram blasfêmia o fato de tropas americanas e inglesas se estabelecerem no solo sagrado da Arábia e elegeram estes dois países como principais inimigos da Al Qaeda. Além disso, historicamente os EUA tendem a apoiar politicamente o Estado de Israel, fundado em 1948 na região da Palestina: quando a ONU decidiu que Israel seria estabelecido na Palestina, terra onde os palestinos já estavam estabelecidos, o que causou uma onda de violência que persiste na região até os dias de hoje; e como os EUA, desde 1948, apóiam o estado judaico, os terroristas islâmicos escolheram os americanos e seus cidadãos como o principal inimigo a ser atacado.
O que os terroristas fazem, na verdade, é utilizar algumas regras do Alcorão para atender os seus interesses, mas fazem isso parcialmente, ou seja, utilizam apenas os versículos que os interessam, sem considerarem o contexto geral em que estão inseridos. Então, exploram as situações calamitantes da maioria dos países islâmicos, como a pobreza e a opressão dos regimes totalitários, para recrutar pessoas para serem terroristas. Os líderes terroristas são extremamente covardes ao aproveitar a pobreza e a ignorância das pessoas para torná-los terroristas. Allah, em nenhum momento, aprova a morte indiscriminada de inocentes, sobretudo crianças e mulheres, como se tais mortes pudessem compensar a morte de muçulmanos, em quaisquer condições. Alguns poderão justificar tais ataques como Lei do Talião, mas isso também não é correto: esta lei prescreve a vingança contra os próprios criminosos e não contra outras pessoas inocentes. Assim sendo, não há nenhuma relação direta entre os muçulmanos e os terroristas islâmicos: milhões de muçulmanos não podem ser considerados todos terroristas pelas ações criminosas de alguns muçulmanos que resolveram interpretar o Alcorão de forma a justificar seus problemas através de ações assassinas.
 Conclusão:
De todas as religiões monoteístas, que adoram o mesmo Deus, o Islamismo foi a última a surgir, depois do Judaísmo e do Cristianismo. Surgida no ano de 610 d.C., na cidade de Meca, teve como seu profeta Maomé, um órfão comerciante muito respeitado por toda a sua comunidade. No entanto, após as primeiras revelações e os ataques duros que o Islamismo fez contra o politeísmo reinante, a comunidade muçulmana foi perseguida e teve que se refugiar na cidade de Medina. Dez anos depois, Meca foi reconquistada e o Islamismo se expandiu rapidamente por toda Arábia, chegando ao Oriente Médio, Norte da África e a Península Ibérica (Espanha e Portugal). O Islamismo foi a religião que mais rapidamente se expandiu: em menos de cem anos após a morte de Maomé, a religião islâmica já estava expandida para regiões longínquas, muito além do seu espaço original da Arábia.
Em geral, os muçulmanos respeitavam as religiões das regiões que conquistavam pelas armas: uma vez que o Islamismo tem a mesma tradição do Judaísmo e do Cristianismo, reconhecendo os mesmos profetas e com um livro sagrado (Alcorão) com histórias comuns à Torá e ao Evangelho. Pagando uma taxa, tanto judeus como cristãos podiam praticar sua religião com total liberdade. Além da liberdade religiosa, a construção do Império Islâmico possibilitou o florescimento cultural que garantiu inúmeras obras culturais que se tornaram legados da humanidade: em uma época em que a Europa estava afundada na Idade Média, após a queda do Império Romano, os muçulmanos, em convivência com judeus e cristãos, mantinham os ensinamentos dos antigos gregos e romanos vivos, produzindo novos conhecimentos e uma cultura rica. Posteriormente, quando os europeus deram início ao Renascimento e procuraram recuperar o conhecimento da Antiguidade, foi nas cidades islâmicas que eles buscaram as obras que durante a Idade Média haviam deixado de lado.
Se o Deus é o mesmo, porque temos que nos matar? Não devemos confundir os problemas mundanos com as crenças religiosas de cada um

Atualmente, a convivência entre os muçulmanos e os cristãos vive momento delicado: o choque de culturas diversas vezes provoca preconceito, falta de conhecimento e mal entendidos. Os muçulmanos, com uma religião rigorosa, que interfere em cada aspecto de sua vida, por vezes se sentem desconfortáveis em um mundo que parece ter cada vez menos espaço para Deus. E as culturas com características diferentes têm enormes dificuldades em conviver em situação de respeito. Para as novas gerações a tarefa é árdua: conhecer para respeitar; respeitar para conviver. Somente através do conhecimento podemos abandonar os preconceitos, respeitar as diferenças e conseguirmos construir um mundo mais tolerante e capaz de aproveitar o melhor de cada ser humano para que o mundo seja um pouco melhor, menos violento e que as pessoas sejam julgadas pela sua capacidade e não pela sua crença ou cor da sua pele. Aceite este desafio e melhore o mundo em que você vive.

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