segunda-feira, 29 de julho de 2013

Jihad - Uma coisa muito diferente de Terrorismo

Você sabe o que significa "Jihad"?

Jihad não é sinônimo de terrorismo ou martírio. Saiba o real significado:

O Que é Jihad?





Muitas pessoas quando ouvem a palavra Jihad logo a associam aos terroristas, aos homens-bomba, a Osama Bin Laden e tudo mais que lembre violência. Esta visão contribui para se formar a ideia de que muçulmanos e terroristas são sinônimos, o que não é verdade. Não se pode achar que o comportamento de uma minoria seja o mesmo de uma imensa maioria: a exceção não pode virar regra. Jihad não é sinônimo de luta, de morte, de suicídio ou de ódio a todos que não são muçulmanos: a origem da palavra e o seu conceito são bem diferentes. Observe o significado:

O sentido literal de Jihad é exercer nosso melhor e o maior esforço para conseguir algo. Esta palavra não é o equivalente da palavra guerra, para a qual se usa vital em árabe.
Jihad tem uma conotação muito mais ampla e abrange toda classe de esforços para a causa de Deus. Um Mujahid é o que está sinceramente dedicado a causa de Deus; o que usa todos os recursos físicos, intelectuais e espirituais para servir a esta causa; o que enfrenta a qualquer poder que está no seu caminho; e é o que morre por dita causa quando for necessário. A Jihad no caminho de Deus é nossa luta para ganhar a complacência de Deus, estabelecer a supremacia de Sua religião e fazer prevalecer Sua Palavra.
Um princípio relacionado, que insiste no bom e proíbe o mal —Amr Bi Al-Maruf Wa Nahy An Al-Munkar– procura transmitir a mensagem do Islam e estabelecer uma comunidade islâmica modelo. O Alcorão apresenta a comunidade islâmica como uma comunidade modelo requerida para informar a humanidade sobre o Islam e de como o profeta viveu;
«Temos feito assim de vós uma comunidade moderada, para que sejais testemunhas dos homens e para que o Enviado seja testemunha de vós». (2:143)
A Jihad maior e a Jihad menor. Há dois aspectos de Jihad. Um é lutar para vencer os desejos carnais e as inclinações malignas –a Jihad maior. O outro é alentar aos demais para que consigam o mesmo objetivo –a Jihad menor.
O exército muçulmano regressava a Medina depois de haver derrotado ao inimigo, quando o Mensageiro de Deus lhes disse:
«Voltaremos do Jihad menor ao maior». Quando os Companheiros perguntaram o que era jihad maior, ele disse que era lutar contra o ego carnal.[1]
O objetivo da Jihad é que o crente se purifique dos pecados e por tanto, alcance a verdadeira humanidade. Os profetas foram enviados por este motivo. Deus disse no Alcorão:
“Igualmente vos tenho mandado um Enviado de entre vós para que os recite Nossos versículos, para que os purifique, para que os ensine a Escritura e a Sabedoria, para que vos ensine o que não saiba”. (2:151)
Os seres humanos em algum sentido são como os minerais em bruto com os quais os Profetas trabalham e os purificam e refinam tirando o ciúme de seus corações e ouvidos, tirando as vedas de seus olhos. Iluminada pela mensagem dos Profetas, as pessoas podem entender o sentido das leis da natureza, que são os sinais da Existência a Unidade de Deus e podem penetrar na sutil realidade que se oculta detrás das coisas e os acontecimentos. Só através da orientação dos Profetas podemos conseguir a elevada posição que Deus espera de nós. Além do ensinamento dos sinais, os Profetas também ensinaram a seu povo o Livro e a Sabedoria. Como o Alcorão era a última Revelação ao Último Profeta, Deus se refere ao Alcorão quando diz o Livro e a Sunna quando fala da Sabedoria. Por isso, devemos seguir o Alcorão e a Sunna do Profeta se desejamos sermos dirigidos corretamente.
Muitas pessoas ainda acham que os terroristas representam a maioria dos muçulmanos, quando na verdade isso é uma falácia

O Profeta também nos ensina o que não sabemos de modo que a humanidade siga aprendendo do Profeta até o Dia de Juízo. D'Ele aprendemos como purificarmo-nos dos pecados. Seguindo seu caminho, muitos santos conseguiram sua distinção como tais. Entre eles, Ali diz que sua crença nos pilares do Islam é tão firme que ainda se o véu do desconhecido fosse levantado, sua certeza não aumentaria.[2] Dizem que Abd al-Qadir al-Yilani chegou a compreender os mistérios do sétimo céu. Estes e muitos outros, como Fudayl bin Iyaz, Ibrahim bin Azam e Bishr Al-Jafi bem poderiam haver sido dotados com o dom da Profecia, se Deus não tivesse posto já um selo sobre esta.
As escuras nuvens da ignorância têm sido retiradas de nosso horizonte intelectual mediante a orientação do Profeta Mohamed. A conseqüência da luz que ele trouxe de Deus haverá muitos avances na ciência e na tecnologia.
Jihad é o legado dos Profetas e a Profecia é a missão de elevar aos homens ao favor de Deus purificando-os. Jihad é o nome dado a esta missão profética, que tem o mesmo sentido que testemunhar a verdade. Da mesma maneira que os juizes escutam as testemunhas para dar veredicto em um caso, assim, aqueles que tem realizado a Jihad têm dado testemunho da Existência e a Unidade de Deus enquanto lutavam em Seu caminho.
O Alcorão diz:
“Deus testemunha que não há mais deus que Ele e junto a Ele, também o fazem os anjos e os homens dotados de conhecimento, regendo -Sua criação- com equidade. Não há mais Deus que Ele, o Todo-Poderoso, o Sábio”. (3:18)
. Aqueles que tem realizado a Jihad testemunham também a mesma verdade na corte celestial onde os juízos dos incrédulos terão seu veredicto.
Aqueles que testemunham a Existência e a Unidade de Deus predicam esta verdade nos mais remotos lugares do mundo. Este foi o dever dos Profetas marcados no Alcorão e que de maneira igual deveria ser nossa obrigação:
“Mensageiros portadores de boas noticias e de advertências, para que assim os homens, depois de sua vinda, não tivessem nenhum argumento diante de Deus. Deus é Poderoso e Sábio. Sem duvida, Deus testemunha que o te foi revelado, e tem sido revelado com Seu conhecimento e os anjos dão testemunho disso. E não há uma testemunha melhor que Deus”. (4:165-66).
Deus tem enviado um Profeta a cada pessoa, de modo que cada um possa ter uma idéia da Profecia. Como o término costumava descrever a atividade da Profecia, a jihad está profundamente gravada no coração de cada crente de modo que ele ou ela sinta uma responsabilidade profunda de praticar a verdade a fim de guiar a outros ao Caminho Verdadeiro.
A Jihad menor, normalmente entendida como luta pela causa de Deus, não se refere só a luta militar. O término é amplo, já que inclui cada ação realizada para ganhar o consentimento de Deus. Falar ou permanecer calado, sorrir ou mostrar enfado, se unir a uma reunião ou deixá-la, cada ação realizada para melhorar a humanidade, já seja pelos indivíduos ou as comunidades, está incluída neste sentido.
Enquanto a Jihad menor depende da mobilização de todos os meios materiais e está realizada no mundo externo, a Jihad maior encarna a luta de uma pessoa diante a sua alma carnal. Estas duas formas de Jihad não podem separar-se uma da outra.
O Mensageiro de Deus nos ensinou como realizar ambas formas de Jihad. Estabeleceu os princípios para praticar a verdade que terá aplicação até O Dia do Juízo Final. Quando examinamos o modo em que ele atuou, vemos que ele foi muito sistemático. E isto é realmente outra prova de sua Profecia e um exemplo maravilhoso para seguir o caminho de Deus a través do comportamento.
Os crentes guardarão sua crença vigorosa e ativa por meio da Jihad. Tal como uma árvore mantém suas folhas enquanto amadurecem seus frutos, assim os crentes podem conservar seu vigor quando realizam a Jihad. Sempre se encontrar com um pessimista desesperado, logo te dará conta de que ele ou ela é um daqueles que abandonou a Jihad. Essas pessoas têm sido privadas do espírito, e estão fundidas no pessimismo porque deixaram de predicar a verdade. Qualquer que realize a Jihad incessantemente não perde seu entusiasmo e sempre trata de ampliar seus horizontes. Cada boa ação resulta numa nova, de modo que os crentes nunca fiquem pobres de bondade:
“Aos que lutam por Nós lhes guiaremos ao Nosso caminho, é certo que Deus está com os que fazem o bem” (29:69).
Há tantos caminhos que conduzem ao Caminho Reto como o número de alentos respirados na criação. Qualquer que lute por Sua causa é guiado por Deus a um destes caminhos e está a salvo da perdição. O que é dirigido a Seu Caminho Reto por Deus vive uma vida equilibrada. Eles no sobre-passam os limites em suas necessidades humanas e atividades, como tampouco em sua adoração e outras observâncias religiosas. Tal equilíbrio é o sinal da orientação verdadeira.
Todos os sacrifícios feitos nos enfrentamentos contra os incrédulos opressivos, sem importar quão grande sejam estes sacrifícios, só constituem a Jihad menor dos esforços para cumprir as obrigações religiosas tão perfeitamente como nos seja possível. A Jihad maior é muito mais difícil de levar a cabo, já que requer que lutemos contra nossos próprios instintos destrutivos e impulsos, como a arrogância, o caráter vingativo, a inveja, o egoísmo, a vaidade e os desejos carnais.
Jihad é um esforço pessoal, quando com a ajuda da fé superamos vícios e atos ilícitos. Todos nós temos uma Jihad a travar
Ainda que a pessoa que abandona o Jihad menor é propensa a um pior comportamento espiritual, ainda assim pode recuperar. Tudo no universo elogia e glorifica a Deus com cada alento, um sinal da Existência e a Unidade de Deus. Uma pessoa pode ser orientada ao Caminho Reto por um destes sinais. Por esta razão, dizem que há tantos caminhos que conduzem ao Caminho Reto de Deus como os alentos de todas Suas criaturas. Uma pessoa que se distancia da Jihad menor é vulnerável as debilidades mundanas. O orgulho, o amor pela comodidade e as facilidades podem atrapalhar aquela pessoa. Assim o Profeta, regressando a Medina depois de uma vitória, nos advertiu através de seus Companheiros dizendo: “Voltemos da Jihad menor para a maior”. Os Companheiros foram muito valentes nos campos de batalha e tão sinceros e humildes como os daroeses que rezam ante Deus. Aqueles guerreiros vitoriosos costumavam passar a maior parte de suas noites orando a Deus. Uma vez, quando a noite caía durante a batalha, dois deles tornava-se a guardas. Um deles descansava enquanto o outro rezava. Sendo conscientes da situação, os inimigos lhes lançaram flechas e o que rezava foi alcançado e sangrou profundamente, mas não abandonou a Salat (reza). Quando terminou sua oração, despertou a seu amigo e este lhe perguntou com assombro por que não o havia despertado antes. Então ele respondeu: “Recitava a Surata al-Kahf, e não desejei interromper o estado de prazer profundo no que me encontrava”.
Os Companheiros entravam em transe –como um estado de êxtase – quando rezavam e podiam recitar o Alcorão como se estivesse sendo revelando diretamente a eles. Por isso, não sentiam a dor das flechas que penetravam seus corpos. A Jihad, em todos seus aspectos encontra uma expressão completa neles.
O Profeta combinou estes dois aspectos de Jihad –a menor e a maior -do modo mais perfeito em sua própria pessoa. Ele mostrou uma enorme coragem nos campos de batalha. Ali, uma das figuras mais valentes do Islam, confessa que os Companheiros se refugiaram detrás do Profeta nos momentos mais críticos dos enfrentamentos. Para dar um exemplo, quando o exército Muçulmano sofreu um ataque e começou a dispersar-se na primeira fase da Batalha de Hunayn, o Profeta impôs a seu cavalo até as linhas inimigas e gritou a seus soldados que se retiravam: “Sou um Profeta e não minto! ;Sou o neto de Abd al-Muttalib, e não falto à verdade!”

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