Capítulos curtos do Alcorão - 108º Capítulo - Al Cáuçar
"A Abundância" - Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:
Este capítulo também tem apenas três versículos e ressalta o fato de ter elevado Mohammad de um ponto muito baixo (um homem sozinho dentro de uma caverna) ao ponto de líder da comunidade islâmica e árabe, além de organizador político. Deixa claro que por conta disso cabe a Mohammad rezar, fazer sacrifício e agradecer a Deus, e não apenas jactar-se pelos próprios méritos, pois todos eles vêm de Deus. Mas é um aviso a todos nós: quando a abundância (seja econômica, de saúde ou de qualquer espécie) nos atinge, antes de mais nada, devemos agradecer a Deus ao invés de contarmos vantagem.
1- Em verdade, agraciamos-te com a abundância.
2- Reza, pois, ao teu Senhor, e faze sacrifício.
3- Em verdade, quem te odiar será privado de toda a esperança.
Explicações do Prof. Samir El Hayek:
Cauçar: a celestial e ilimitada Fonte da graça e do conhecimento, da misericórdia e da benevolência, da verdade e da sabedoria, da força espiritual e da visão de longo alcance, as quais foram concedidas ao profeta, o homem de Deus, e, de uma maneira ou de outra, a todos os humanos, homens e mulheres, que são sinceros e devotados a Deus. Tal Fonte mitiga a mais elevada sede espiritual do homem; ela concede benefícios superabundantes, de toda a sorte. Tal pessoa em nada mais estará carente; a pompa e a riqueza terrenas serão como a poeira por sob os seus sapatos.
Aquele que concede essas bênçãos é Deus, sendo que tão somente a Ele devemos voltar-nos em adoração, agradecimento e sacrifício. Nahr: sacrifício - em um sentido ritualístico restrito, o sacrifício de camelos; o ritual, porém, é um mero símbolo. Por trás dele há um significado espiritual: a carne resultante do abate alimenta os pobres, sendo que o abate é um símbolo do auto-sacrifício, em nossos corações. "Não é a carne deles nem o seu sangue que vai a Deus; é a nossa piedade que vai a Ele".
O ódio e o despeito não constituem contribuições construtivas à obra de edificação deste mundo; constituem, outrossim, o seus oposto. Abu Jahl e os seus cúmplices pagãos deram vazão aos seus despeitos e peçonhas pessoais contra o profeta, ridicularizando-o com a perda dos seus dois filhos menores; porém, onde estavam tais detratores peçonhentos, poucos anos mais tarde, quando a Luz divina brilhou mais intensamente do que nunca? Foram estes que não tiveram futuro, neste mundo e no outro.
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