Capítulos curtos do Alcorão - Coraix - 106º Capítulo - Os Coraixitas
Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:
O capítulo Coraix tem apenas quatro versículos e exorta o povo da terra natal do profeta Mohammad. Este capítulo também versa a respeito do reconhecimento que devemos ter para com as benesses de Deus: ele nos abençoa de diferentes maneiras e, em troca, o que fazemos? Quando precisamos de ajuda, imploramos a ajuda de Deus, mas depois que esta ajuda vem, esquecemos de agradecer a Deus. Por isso este versículo não se dirige apenas aos coraixitas, mas a todos os povos e todas as pessoas.
1- Pelo convênio dos coraixitas,
2- O convênio das viagens de inverno e de verão!
3- Que adorem o Senhor desta Casa,
4- Que os provê contra a fome e os salvaguarda do perigo!
Explicações do Prof. Samir El Hayek:
Os coraixitas constituíam a mais nobre tribo da Arábia, tribo à qual o próprio profeta pertencia. Eles possuíam a custódia da Caaba, o relicário central da Arábia (a Casa mencionada no terceiro versículo) e a posse de Meca dava-lhes uma tripla vantagem:
1- Possuíam uma influência dominante sobre as outras tribos;
2- Sua posição central facilitava-lhes o comércio e as transações, fato que lhes proporcionava honra e lucros;
3- Sendo o território de Meca, por um costume árabe, inviolável quanto às guerras vindicativas e feudais, eles desfrutavam de uma posição segura, livre de quaisquer perigos;
A Caaba, em Meca
Devido às suas viagens comerciais à tepidez do Iêmen, no inverno, e às frescas regiões da Síria e do norte, no verão, os coraixitas tornaram-se viajantes e comerciantes experimentados, adquiriram muito conhecimento do mundo, muita engenhosidade e aperfeiçoaram o seu linguajar, como um meio elegante de expressão literária.
As caravanas comerciais dos coraixitas os tornavam ricos, e atraíam gente de regiões distantes, que iam em visita a Meca, levando para lá as suas mercadorias e os seus presentes.
Posto que o seu território era inviolável, eles não corriam, em seu seguro lar, risco nas constantes questões guerreiras, tanto da parte de feudos particulares, como de rupturas da paz nos seus seguros lares. Por outro lado, parece que a mensagem quer nos dizer que a adoração de Deus só é obrigatória após o preenchimento das duas condições citadas no versículo 4, ou seja, o provimento contra a fome e a salvaguarda do temor: Deus deve ser adorado tanto na adversidade quanto na abundância.
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