quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Casamento no Islamismo

Como é o casamento no Islamismo?

O consentimento da noiva e o direito ao divórcio:

É um direito da moça tomar a decisão sobre o seu próprio casamento, e não é permitido nem a seu pai nem a seu guardião (responsável), sobrepujar suas objeções ou ignorar sua vontade. O profeta disse: "Uma mulher que já tenha sido casada tem mais direito sobre a sua pessoa do que o seu guardião, e o consentimento de uma virgem deve ser pedido para ela mesmo, seu consentimento sendo o seu silêncio".
Ibn Maja e alguns outros transmissores relatam a seguinte tradição: "Certa moça veio à presença do profeta e o informou de que seu pai a havia casado com o primo dela contra a sua vontade, ao que o profeta permitiu-lhe exercer sua opção. Ela então disse: 'Estou reconciliada com o que meu pai fez mas eu queria que as mulheres soubessem que os pais não tem nada a decidir nesses assuntos'".

Então não devemos confundir os costumes locais, que já eram anteriores ao Islamismo, com os preceitos da religião: de acordo com o Alcorão e as tradições do profeta Mohammad, é proibido forçar uma mulher a se casar com quem ela não tem vontade de fazê-lo. O casamento só é válido quando e se a noiva aceitar o marido que lhe foi escolhido ou que ela mesma tenha escolhido.

O divórcio entre casais muçulmanos:

Se todos os esforços para a manutenção do casamento fracassarem e todos os meios tentados provarem-se inúteis, o marido pode recorrer à solução final permitida no Islamismo: o divórcio. Mas a questão é que não é apenas o homem que pode se divorciar: a mulher muçulmana também tem o direito de pedir o divórcio, uma vez que ela não é prisioneira de seu marido. Em resposta às duras realidades da vida, quando as dificuldades não podem mais ser resolvidas senão pela separação das duas partes de modo honroso, o Islamismo estabeleceu prescrições para o divórcio. O Islamismo permitiu o divórcio relutantemente, nem gostando dele nem o recomendando. Disse o profeta: "Entre as coisas lícitas, o divórcio é a mais detestada por Deus".
Que uma coisa seja lícita e ainda assim detestada por Deus significa que ela é permissível somente em circunstâncias de inevitabilidade, quando conviver junto se torna uma tortura, estando arraigado o ódio mútuo e se torna difícil ambas as partes observarem os limites estabelecidos por Deus e cumprirem suas responsabilidades conjugais. Em tal situação, a separação é melhor, e Deus, o Altíssimo, diz: "Se eles se separarem, Deus enriquecerá a cada qual de Sua abundância" (capítulo 4, versículo 130).

O dote que é pago pelo noivo quando do casamento é uma garantia para as mulheres: se o homem quiser se separar da esposa sem motivo aparente (como por exemplo a infidelidade da esposa), deve pagar para a noiva o valor estipulado no contrato de casamento. Isto para garantir a sobrevivência da esposa, ao invés de ser largada com uma mão na frente outra atrás, principalmente se tiver filhos. Esta prática, ao mesmo tempo que garante uma renda para a mulher divorciada, ainda por cima inibe os divórcios sem motivos sérios, transformando-os em banalidades.

Se o marido não tiver tratando bem sua esposa, ou não estiver cumprindo suas obrigações como esposo (tanto do ponto de vista sexual como afetivo e financeiro), a esposa pode se queixar na mesquita, junto ao sheikh, sobre o comportamento impróprio do marido e cobrar providências. Em último caso a esposa pode exigir o divórcio, atestando e provando seus motivos.

Como pode ser observado, a mulher tem suas garantias observadas, tanto do ponto de vista da escolha de seu marido, um bom tratamento por parte do marido como, caso o casamento não dê certo, uma certa segurança para após o divórcio.

5 comentários:

  1. Olá.ótimo texto, porém na prática não é bem assim que eu vejo ao menos aqui no Brasil.
    Os sheikhs fecham os olhos para a grosseria nata dos maridos árabes, e a culpa recai sempre sobre a mulher. Vejo muitas pessoas torcerem os olhos pra muculmanas brasileiras, que julgam estar atrás de casamento.
    Muitas até podem estar mas não é regra. O que eu tenho visto são mulheres que sofrem agressoes fisicamente, psicologicamente, moralmente e sofrem ameaças de que se pedirem divorcio perderam seus filhos para sempre. E a mídia está cheio desses casos. E na maioria das vezes o marido quer ter outra esposa mas infelizmente não tem condições financeiras e faz da vida de sua esposa atual um inferno, e fica seduzindo na Internet. EQuando as mulheres reclamam ou pedem ajuda todos viram as costas dizendo sobre is castelos para os perdoardes e mil e uma mensagem sobre perdão, carinho e compreensão. Mas se o caso fosse inverso a resposta que já ouvi é que quando o homem está infeliz que divorciei e case com outra porém se a mulher estiver infeliz ela que aceite o destino que Allah lhe reservou. Este é um dos motivos pelas quais eu vejo mulheres tirando seus hijab e sentindo vergonha não do Islam, mas de muitos de nossos irmãos muçulmanos.

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    1. Olá....bom, homens e maridos grossos e que tratam mal sua esposa existem em todas as religiões e em todos os países. Especialmente o Brasil é um país onde as mulheres sofrem inúmeras agressões por parte de seus esposos e nem é preciso citar casos sobre este assunto.
      E como as religiões são formadas por seres humanos, sempre vamos encontrar pessoas que desvirtuam as regras e que também não colocam em uso tudo o que deveriam do Alcorão.

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  3. boa tarde, eu fiz nikah há quase dois anos, porém já esteja "separada".
    quando fui falar com sheikh meu marido não aceitou seu chamado. ele não me tratava mais como mulher, não fazia amor e não me dava mais dinheiro como antes, isto porque estava se relacionando com outra pessoa. quando saiu de casa, em 3 meses fez nikah com a tal, e em menos de duas semanas voltou a me procurar, se comportou como marido, e tivemos vários encontros...mas eu não quero ser amante dele, se ainda continuo mulher dele, pois ele não se divorciou de mim.
    o quê posso fazer?

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  4. Olá! Seria legal você deixar os versículos referente a cada texto...
    A paz!

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