Crônica de como, no final de 2001, optei pela reversão ao Islã:
Retomando o meu relato, após a leitura da biografia do profeta Mohammad, tomei a decisão de me converter ao Islamismo, mas precisava de uma orientação, uma vez que jamais havia tido contato com muçulmanos, muito menos conhecia mesquitas ou como me portar nelas. Mas eu tinha um caminho para iniciar minha empreitada: próximo à casa de minha avó, na cidade de Diadema, havia um comerciante de materiais de construção, que eu sabia que era árabe, ao qual fui visitar e disse que tinha interesse de conhecer o Islamismo para me converter. Ele foi muito solícito e ensinou-me praticamente tudo: como recitar em árabe alguns capítulos do Alcorão; como rezar, com todos os movimentos necessários; como realizar a ablução (limpeza antes das orações); como ir e como se comportar em uma mesquita. A primeira mesquita a qual fui fica em Santo Amaro, na Avenida Yervant Kissajikian, em companhia do Hassan, que para mim, a partir daquele momento, se tornou um segundo pai.
Mesquita de Santo Amaro - a primeira que eu visitei
A partir dali o meu avanço nos conhecimentos sobre o Islamismo foram rápidos: frequentei por algum tempo a escola islâmica que ficava anexa à mesquita e comecei a ler alguns capítulos do Alcorão diretamente do árabe, o que facilitou para que eu decorasse mais capítulos e lesse outras passagens também. É claro que eu poderia ter me desenvolvido muito mais ao longo de todos estes anos; no entanto, creio que tem sido uma jornada muito edificante, na qual encontrei meu lado espiritual mais elevado e uma paz religiosa que nunca havia alcançado antes.
Interior da Mesquita de Santo Amaro - local da minha primeira oração como muçulmano
Muitos podem estar estranhando o fato de eu ter citado que "reverti-me" ao Islamismo, ao invés de usar o termo "converti-me" ao Islamismo. Posso explicar isto da seguinte forma: segundo o Islã, todos nós nascemos muçulmanos, isto porque muçulmano significa "servo de Allah, submisso a Allah", ou seja, submisso e obediente ao Deus Único. No entanto, ao crescermos e por diversos motivos, mudamos de religião (no caso daqueles que optam por outra religião) e adoram outros deuses ao lado de Allah. Quando proferimos a shahada, ou profissão de fé, voltamos a ser monoteístas, como éramos quando nascemos. Portanto, não se trata de uma conversão, ou adoção de uma nova e inédita postura. Trata-se tão somente de um retorno, ou reversão a uma condição a qual já estivemos um dia.
Estas peculiaridades sobre o Islamismo pretendo explicar ao longo das futuras postagens no meu blog. Não percam e continue prestigiando o blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário