Capítulos curtos do Alcorão - 101º Capítulo - Al Cári'a
Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:
Este capítulo, com onze versículos, é o maior até aqui apresentado. Fala sobre a calamidade que se abaterá sobre todos aqueles que não tiverem realizado boas ações em suas vidas. Por outro lado, destaque que as boas ações garantirão um lugar aprazível, em companhia de Deus. Trata-se de mais uma advertência para que sigamos o caminho do bem e nos lembremos que a outra vida está tão próxima de nós quanto esta.
1- A Calamidade!
2- Que é a Calamidade?
3- E o que te fará entender o que é a Calamidade?
4- Acontecerá no dia em que os homens estiverem como mariposas dispersas,
5- E as montanhas como lã cardada!
6- Porém, quanto àquele cujas ações pesarem na balança,
7- Desfrutará de uma vida prazenteira.
8- Em troca, aquele cujas ações forem leves na balança,
9- Terá como lar um profundo precipício.
10- E o que é que te fará entender o que é isso?
11- É o Fogo ardente!
Explicações do Prof. Samir El Hayek:
O Dia da Calamidade e do clamor será o Dia do Julgamento, quando toda a presente ordem de coisas ruirá, com uma convulsão colossal. Todos os nossos marcos presentes estarão perdidos. Constituirá uma experiência atordoante, para começar, mas isso inaugurará um novo mundo de valores verdadeiros e permanentes, no qual todas as ações humanas terão as suas verdadeiras e justas consequências, como se fossem pesadas na balança.
As mariposas são criaturas frágeis e leves. A visão de tais insetos, dispersos num violento torvelinho, dá algo da ideia de confusão, de desgraça e de desamparo, ante a qual o homem se acabrunhará no Dia do Acerto de Contas. Velhas memórias aparecerão como um livro quase esquecido. Novas esperanças serão coisas vagas no novo mundo, que acaba de surgir no horizonte.
As montanhas são estruturas sólidas, o que dá a ideia de que nada poderia movê-las. No entanto, naquele tremendo cataclisma, elas estarão dispersas, parecendo flocos de lã eriçada ou cardada. Isto constitui uma metáfora para mostrar que aquilo que consideramos muito substancial nesta vida, será um eterno nada no mundo espiritual.
As boas ações serão aquilatadas e avaliadas. Esta avaliação haverá de ser da mais concordante e justa espécie; porque não levará em conta os motivos, as tentações, as provocações, as condições ambientais, os antecedentes, as emendas subsequentes e todas as possíveis circunstâncias correlacionadas. Em contraste, presumivelmente, haverá ações da espécie oposta, avaliadas da mesma maneira. Caso as boas ações prevaleçam, o julgamento estará a favor do homem, sendo que ele será levado a uma vida de bom aprazimento e de satisfação. Isto, de certo, acontecerá num outro plano.
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