Capítulos curtos do Alcorão - 111º Capítulo - Al Massad
Tradução e explicações do Prof. Samir El Hayek:
Este capítulo também é muito curto, com apenas 5 versículos. Logo após o início da revelação do Alcorão o profeta Mohammad foi perseguido pelos poderosos de Meca. Entre estes, o mais fidagal inimigo de Mohammad e do Islamismo era o seu próprio tio, chamado Abu Lahab. Muito rico e influente na cidade de Meca, Abu Lahab não media esforços para impedir que seu sobrinho divulgasse a mensagem do Islamismo: impedia reuniões dos muçulmanos, atrapalhava a reza na Caaba, dificultava os deslocamentos de Mohammad e escarnecia do Alcorão publicamente. Usou sua riqueza e sua influência para intimidar as pessoas e criar entraves ao crescimento da religião. No entanto, por mais que Abu Lahab perseguisse os muçulmanos, mais a religião crescia em número de adeptos e influência. Este curto capítulo foi revelado para advertir não apenas Abu Lahab, mas todos aqueles que obstruíssem a religião ou oprimissem aqueles que, por livre e espontânea vontade, quisessem se reverter ao Islamismo. É uma advertência contra a maldade, a perversidade e a intolerância.
Capítulo Al Massad em árabe
1- Que pereça o poder de Abu Lahab e que ele pereça também!
2- De nada lhe valerão os seus bens, nem tudo quanto lucrou.
3- Entrará no Fogo flamígero,
4- Bem como a sua mulher, a portadora de lenha,
5- Que levará ao pescoço uma corda de esparto.
Explicações do Prof. Samir El Hayek:
Abu Lahab, "Pai da Chama", era o apelido de Abdul Uzza, tio do profeta Mohammad, devido ao seu temperamento rude e à sua tez avermelhada. Ele foi um dos mais inveterados inimigos dos muçulmanos, nos primórdios do Islamismo. Quando o profeta tentou reunir os coraixitas e a sua própria parentela, com o fito de que fossem ouvir a sua pregação e admoestação quanto aos pecados do seu povo, o "Pai da Chama" inflamou-se e amaldiçoou o profeta, dizendo: "que a perdição recaia sobre ti!". Contudo, de acordo com um dito português ("praga de urubu magro não pega"), as suas palavras mostraram-se fúteis, o seu poderio e a sua força mostraram-se vãos. A estrela do Islamismo elevava-se mais e mais, a cada dia que passava, e os seus perseguidores diminuíam em força e em poderio. Muitos dos líderes perseguidores pereceram na batalha de Badr, e o próprio Abu Lahab encontrou o seu fim uma semana após aquele feito, consumido que foi pelo pesar e pelas suas próprias paixões flamígeras. O versículo 3 constitui uma profecia do seu fim, nesta mesma vida, embora se refira também ao outro mundo.
A esposa de Abu Lahab era uma mulher tanto cheia de despeito como de crueldade para com a sagrada pessoa do profeta. Ela costumava amarrar feixes de espinhos com tiras de palmeira retorcida, carregá-los e espalhá-los, nas noites escuras, em meio aos caminhos pelos quais o profeta iria passar, a fim de lhe causar injúria corporal. O "portador da lenha" pode também ser simbolismo de espalhar intrigas entre as pessoas para as indispor umas com as outras. Esse era também um dos seus vícios. No entanto, ela estava acendendo para ela uma outra espécie de fogueira, e preparando uma outra espécie de corda: a fogueira do castigo e a corda da escravidão quanto ao mal. É desse modo que o mal prepara a sua própria sina. Esta é a lição geral de consumada artimanha e de crueldade que será enrolada em torno das cabeças dos malfeitores.
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